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União entre Copersucar e Cargill reflete dificuldades do setor, afirma Archer

Joint venture não deve afetar o mercado consumidor e as cotações da commodity negociada na Bolsa de Nova YorkA joint venture entre Copersucar e Cargill reflete, de algum modo, as dificuldades pelas quais passa o mercado global de açúcar, avaliou nesta sexta, dia 28, o diretor da Archer Consulting, Arnaldo Luiz Corrêa.

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– As margens pequenas estão fazendo com que as empresas se juntem para diminuir custos – afirmou.

Anunciada na quinta, dia 27, a união das duas empresas na maior companhia integrada de produção e comercialização de açúcar alia as operações de trading de uma e as de logística da outra. Pela joint venture, Copersucar e Cargill terão participação de 50% cada.

A nova companhia ainda precisa ser aprovada pelos órgãos antitruste, mas na avaliação de Corrêa o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) não deve oferecer oposição.

– Acredito que não vai afetar o mercado consumidor, que é o que o Cade olha – explicou.

Corrêa acrescentou que a joint venture também não deve mexer com as cotações da commodity negociada na Bolsa de Nova York. São exatamente esses preços que têm pressionado as empresas que operam com açúcar. Uma sucessão de excedentes globais de açúcar fez com que os valores caíssem mais de 40% desde o pico observado na safra 2011/2012. Hoje, as margens para as empresas ficam na casa dos 2%.

Porto de Santos

Embora a joint venture não inclua a união dos ativos das companhias, como usinas e terminais portuários, Copersucar e Cargill passarão a dominar o escoamento do produto pelo Porto de Santos (SP). O terminal responde por mais de 70% dos embarques brasileiros e ilustra o poder adquirido pelas empresas, que passarão a responder por cerca de 25% dos negócios globais com açúcar.

Levantamentos da agência marítima Williams Brasil mostram que em agosto do ano passado, durante o pico da safra de cana, as instalações de Copersucar e Cargill exportaram, juntas, 2,63 milhões de toneladas de açúcar. Já as da Rumo registraram embarques de 2,02 milhões de toneladas.

Essa liderança, entretanto, só tende a ser conquistada quando o Terminal Açucareiro da Copersucar (TAC) estiver operando a todo vapor. O TAC foi atingido por um incêndio em outubro do ano passado e hoje tem capacidade anualizada de embarque de 250 mil toneladas. Pelo cronograma da companhia, em maio a capacidade deverá passar para 4 milhões de toneladas, mas as 10 milhões de toneladas observadas antes do incêndio só devem ser alcançadas em fevereiro do ano que vem.

Com 47 usinas associadas no Centro-Sul, a Copersucar comercializou 8,5 milhões de toneladas de açúcar na safra 2013/2014, que se encerra oficialmente na próxima segunda-feira. Do total, 6,5 milhões de toneladas foram para exportação. Já a Cargill negociou de 8 milhões a 10 milhões de toneladas. As empresas não divulgaram projeções para a comercialização de açúcar pela joint venture.
 

Agência Estado
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