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Unica confirma crescimento de moagem de cana direcionada à produção de etanol

Produção de açúcar pode chegar a 34,2 milhões de toneladas e a de etanol, registrar crescimento de 17% em relação à última safra, chegando a 25,04 bilhões de litrosA União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) divulgou nesta terça, dia 1º, a revisão da projeção para a safra de cana-de-açúcar 2013/2014 na região Centro-Sul. A nova estimativa indica moagem de 587 milhões de toneladas de cana, aumento de 10,18% em relação à safra passada. A produção de açúcar pode chegar a 34,2 milhões de toneladas e a de etanol, registrar crescimento de 17% em relação à última safra, chegando a 25,04 bilhões de litros. Do volume total esperado, 10,9 bilhões de litros refere

– Até agosto as unidades produtoras priorizaram a produção de etanol e, mesmo após a alteração do câmbio, a proporção de cana destinada à fabricação de açúcar está aquém daquela verificada nas últimas duas safras. Como resultado, reduzimos a expectativa de produção de açúcar para essa safra, que deve ser mais alcooleira do que havíamos previsto inicialmente – ressalta o diretor da Unica, Antonio de Padua Rodrigues.

A nova estimativa indica que 45,63% da cana processada pelas indústrias da região Centro-Sul na safra 2013/2014 deve ser direcionada à fabricação de açúcar, valor  inferior aos 49,54% apurados no último ciclo.

A moagem e o volume total de produtos estimado para a safra 2013/2014 deverá sofrer retração em relação à projeção inicial, devido à queda prevista no teor de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana.

A nova estimativa indica uma qualidade de matéria-prima de 134 quilos de ATR por tonelada de cana, valor 1,98% inferior ao projetado antes, de 136,70 quilos de ATR por tonelada, e recuo de 1,16% no comparativo com o índice registrado na safra 2012/2013 (135,57 kg de ATR/t de cana).

A redução no teor de açúcares se deve ao efeito da geada, não prevista na primeira estimativa, ao avanço da colheita mecanizada e ao clima mais chuvoso em maio e junho deste ano. Além disso, variáveis de menor expressão como a infestação de pragas (como broca e cigarrinha) e o prejuízo causado por doenças como a ferrugem alaranjada contribuíram, ainda que de forma pontual e com menor peso, para a retração na qualidade da matéria-prima em algumas áreas.

Em relação ao efeito do clima, os dados apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) comprovam que o índice de precipitação pluviométrica para a região produtora de cana registrou valor elevado em maio e junho, atingindo 106,70 milímetros e 102,60 milímetros, respectivamente, volumes superiores a média histórica em 64,15% e 150,24%. Essa condição alterou a evolução natural de maturação de algumas variedades, que voltaram a vegetar em um período do ano normalmente seco, e provocou um atraso significativo no ritmo de moagem no período.

No caso da geada, especialistas observaram estímulo à concentração de açúcares na planta nas poucas regiões em que a severidade do fenômeno foi baixa. Entretanto, a maior parte dos canaviais acometidos pela intempérie exigiu das unidades produtoras o corte imediato das áreas impactadas, comprometendo o cronograma de colheita e, consequentemente, o teor de açúcares na planta.

O diretor-técnico da Unica explica que “quando os efeitos da geada causam queima de tecidos e morte de meristema, as usinas são obrigadas a colher rapidamente as áreas impactadas, tendo, por exemplo, que cortar áreas com variedades tardias mais cedo, quando a planta não apresenta concentração ótima de ATR”.

As alterações promovidas no cronograma de colheita também prejudicam a produtividade agrícola das áreas colhidas com antecipação. Contudo, a retração na oferta de cana não foi suficiente para reduzir a moagem total esperada para o Centro-Sul, pois houve um aumento significativo da produtividade nas áreas colhidas até o momento, decorrente do canavial mais jovem e da melhor condição climática observada na maior parte das lavouras.

Dados do CTC mostram que, no acumulado até setembro, o rendimento agrícola médio da área colhida na região Centro-Sul do país está a 10,28% superior aquele observado no mesmo período da safra passada – 83,7 ton/ha este ano, contra 75,9 ton/ha em 2012/2013.
A estimativa é de que a produtividade agrícola ao final da safra 2013/2014 não fique aquém das cerca de 80 ton/ha estimadas em abril deste ano, mesmo considerando que nos últimos meses de colheita se observa uma retração nesse indicador devido ao corte de áreas mais velhas.

Portanto, como já havia sido previsto no início do ano, a variável que determinará o tamanho da moagem nesta safra será o aproveitamento de moagem e não a produtividade.

– A nova estimativa de safra considera um clima mais próximo da normalidade até o final do ano, com chuvas mais intensas em outubro. Entretanto, dependendo das condições climáticas nos próximos três meses, podemos ter uma moagem próxima de 580 milhões de toneladas no caso de um clima mais chuvoso ou, em uma situação mais seca e menos provável, um volume processado superior a 587,00 milhões de toneladas de cana, já que a quantidade de cana disponível para colheita é ligeiramente superior a 600 milhões de toneladas – ressalta o diretor da Unica.

Mercado de etanol e de açúcar

A exportação brasileira de açúcar (bruto e refinado) em setembro alcançou 2,525 milhões de toneladas, informou o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) nesta terça. O volume representa queda de 23,45% em comparação com 3,298 milhões de toneladas de agosto passado e baixa de 4,41% na comparação com as 2,641 milhões de toneladas de setembro de 2012. Do total exportado no mês passado, 2,133 milhões de toneladas foram de açúcar demerara e 391,6 mil toneladas, de refinado.
 
A receita obtida pelos embarques de açúcar foi de US$ 1,052 bilhão em setembro, o que representa uma diminuição de 23,17% ante os US$ 1,369 bilhão registrados em agosto passado e queda de 21,86% na comparação com os US$ 1,346 bilhão obtidos em setembro de 2012. 

Em setembro, o Brasil exportou 295,7 milhões de litros de etanol, o que corresponde a uma queda de 39,12% na comparação com os 485,7 milhões de litros embarcados em agosto passado e baixa de 38,56% ante os 481,3 milhões de litros apurados em setembro de 2012. 

A receita cambial com a venda do combustível alcançou em setembro US$ 182,3 milhões, uma queda de 42% ante os US$ 314,3 milhões registrados em agosto passado. Em relação a igual período de 2012, quando os embarques proporcionaram receita de US$ 331,2 milhões, houve queda de 44,96%.

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