– O “Movimento Mais Etanol” vai centrar esforços na conscientização de formadores de opinião e tomadores de decisões nos setores público e privado, por meio de ações em parceria com entidades e empresas da cadeia produtiva da cana-de-açúcar – afirmou Jank.
A campanha deve envolver setores como as distribuidoras de combustíveis, a indústria automobilística, revendedores de automóveis, máquinas e implementos agrícolas, e fornecedores do setor sucroenergético em geral.
Em seu discurso, Jank afirmou que o setor tem todas as condições para dobrar de tamanho até 2020 e atender à demanda por seus produtos nos mercados interno e externo.
– Mas esse crescimento só pode se concretizar com a introdução de políticas públicas estáveis e consistentes, essenciais para a reconquista da competitividade do setor – diz ele.
Jank explicou que para continuar suprindo metade do combustível utilizado por veículos leves no Brasil e metade do açúcar negociado no mundo é preciso dobrar a produção nacional, “atingindo a ambiciosa meta de 1,2 bilhão de toneladas de cana-de-açúcar por ano até 2020”.
– A exemplo do que tem sido feito com a gasolina, a principal política que deve ser adotada para restaurar a competitividade e retomar o crescimento do etanol é a desoneração tributária – afirma o executivo.
Na palestra, Jank mostrou que houve uma forte redução da tributação sobre a gasolina nos últimos anos, enquanto os tributos aplicados sobre etanol foram mantidos. Ele cita como exemplo a taxação da Contribuição de Intervenção no Domínio Público (Cide), que em 2002 era equivalente a 14% do preço da gasolina na bomba e hoje equivale a apenas 2,6%.
– A diferença entre as cargas tributárias sobre a gasolina e o etanol é hoje de apenas quatro pontos percentuais, o que não valoriza uma série de benefícios proporcionados pelo etanol, colocando o Brasil na contra-mão do que se pratica em boa parte do mundo – disse Jank.
A Unica sugere a eliminação do Pis-Cofins incidente sobre o etanol hidratado, a introdução de financiamentos para estocagem de etanol, construção de novas usinas (greenfields) e medidas que permitam a expansão mais rápida da bioeletricidade. Na visão da Unica, “essa opção energética limpa avança muito lentamente devido a uma série de entraves regulatórios e burocráticos”. Jank afirmou que em contrapartida o setor sucroenergético também deve contribuir, perseguindo reduções de custos, por meio de ganhos de eficiência e produtividade e do desenvolvimento e disseminação de novas tecnologias, que darão ao setor ganhos de escala.