A crise que atinge as usinas de cana-de-açúcar em todo o país preocupa a Unica. A entidade quer aumentar a competitividade do etanol em relação à gasolina. Em comparação com um veículo movido a gasolina, o álcool atinge em média 70% da eficiência. Por isso, a Unica pede um aumento para 77%. Com isso, espera fazer o consumo de etanol aumentar.
– A última listagem sobre o consumo de combustíveis publicada pelo Inmetro, em 2014, é reveladora nesse sentido. Temos modelos que ultrapassam a barreira dos 70% de paridade entre o etanol e a gasolina, chegando quase a 74%. Infelizmente também temos modelos abaixo dessa linha – afirma o consultor técnico da Unica Alfred Szwarc.
Aumentar a eficiência dos motores em mais 7% é uma tarefa considerada impossível pela Associação Nacional dos Veículos Automotores (Anfavea). A explicação da entidade está no fato de que não existe uma tecnologia capaz de superar a competitividade frente à gasolina.
– A razão para isso é a quantidade de energia que o etanol consegue entregar para o motor na hora em que ele é queimado. O etanol tem só 70% da energia da gasolina e, para que o veículo ande a mesma distância, o veículo tem que queimar mais etanol – diz Henry Joseph Junior, vice-presidente da Anfavea.
Para o analista da Datagro Guilerme Nastari, a criação de uma nova tecnologia é importante para o avanço do etanol no país. Ele acredita que, com isso, é possível incentivar e aumentar a produção de cana-de-açúcar no Brasil.
– O maior ativo que o setor tem é a demanda. Não adianta nada você produzir uma coisa que ninguém consome. Se há uma frota mais eficiente demandando álcool, a produção de cana é estimulada, e a de álcool também. O produtor fica mais seguro e mais feliz em longo prazo – diz Nastari.
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