O setor sucroenergético brasileiro está vivendo um dos seus momentos mais importantes da história. Já é o maior exportador de etanol do mundo e deve se tornar nos próximos anos o maior produtor. Com a demanda cada vez mais aquecida no mercado interno e externo, analistas afirmam que novos investimentos são extremamente necessários.
Estas e outras questões foram discutidas neste evento, realizado na cidade do Guarujá, litoral de São Paulo. Uma das principais preocupações é o crescimento da produção de etanol, que não ocorre no ritmo necessário.
E não é só esse o problema enfrentado pelo setor. O analista de mercado Caio Carvalho, que recentemente foi eleito presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), afirma que os canaviais brasileiros estão envelhecidos e os produtores não investiram na renovação. Segundo ele no ano que vem podemos ter uma produção um pouco superior a da safra atual, mas ainda bem abaixo do que o setor atingiu há dois anos.
Para o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), Marcos Jank, tanto o setor privado quanto o governo federal tem responsabilidade no desenvolvimento do setor.
Mesmo com dificuldades para atender a demanda interna, o setor não desiste de aumentar as vendas para os Estados Unidos. A entidade que representa o setor tenta há vários anos obrigar o governo americano a suspender os subsídios aos produtores locais.
Desde 1980, o país concede um subsídio de US$ 0,45 por galão de etanol de milho misturado à gasolina e impõe uma tarifa de US$ 0,54 por galão do combustível importado. O mecanismo termina no final deste ano, e o Congresso dos Estados Unidos deve votar pela sua continuação ou não. Marcos Jank afirma que o Brasil pode abrir uma queixa na OMC no início de 2012 caso os subsídios não sejam retirados.