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Leão afirmou que a Unica mantém diálogo com o Executivo e o Legislativo para ter uma agenda que garanta a rentabilidade do setor e isso, enfatizou, passa por preços mais remuneradores. Segundo ele, o setor tem atuado para aumentar sua produtividade, mas existem aumentos de custos inevitáveis, como a remuneração da mão de obra e os gastos com mecanização, que é uma exigência ambiental.
– São aumentos de custos que temos que absorver, porque não podemos repassar para os preços do etanol, porque estão atrelados ao preço da gasolina – diz.
Em relação ao reajuste da gasolina, Leão afirmou que houve uma frustração muito grande no setor pelo fato de o governo não ter sinalizado com regras claras para a formação de preços dos combustíveis. Ele disse que a falta de transparência gera uma insegurança no setor, que não tem previsibilidade para pensar em novos investimentos, pois não é possível quantificar o risco.
O executivo lembra que o reajuste de 8% no preço do diesel e de 4% no preço da gasolina neutralizou qualquer benefício que a correção poderia ter para a produção de etanol. Leão explica que a alta de preços do diesel provocará impacto nos custos de produção da cana-de-açúcar e de transporte do etanol.
Segundo Leão, o setor precisa de ações de curto prazo que melhorem a competitividade e a lucratividade.
– Mais do que isso, precisamos de regras mais claras que permitam a retomada dos investimentos – diz.
Ele lembra que o plano decenal de energia anunciado pelo governo prevê aumento de 100% da oferta de etanol e aumento de 60% da produção de cana.
– Como poderemos atender estas metas sem novas usinas? Podemos até aumentar em 15% a produção de cana e etanol, aproveitando a capacidade ociosa. Os 85% restantes só com sinais mais claros, o que deve acontecer nos próximos anos, como uma política tributária que favoreça o etanol em relação à gasolina – diz.