Segundo o exportador, a Unicafé perdeu espaço no mercado por questão tributária, em particular o PIS/Cofins, que reduzia a competitividade ante concorrentes.
? Uma medida provisória deverá ser assinada em breve para garantir isonomia no setor ? prevê.
Atualmente, exportadores tradicionais, sem outros tipos de atividade, recolhem o PIS/Cofins, mas não têm como se beneficiar do crédito. Um exportador que tenha outra atividade, como torrefação, por exemplo, pode se valer do crédito do PIS/Cofins para abater outros tributos.
O exportador lamenta, ainda, a situação do câmbio, com o real fortalecido ante o dólar.
? Deixaremos de ser grande exportador para virarmos grande importador. Será um desastre ? afirma.
De acordo com ele, as cotações das commodities agrícolas sobem, mas não será para sempre.
? Lamentavelmente, exportamos apenas produto primário ? diz.
Com relação à produção de café, Coser informa que o futuro está no Brasil. Ele cita que o consumo global da bebida cresce 2,5% ao ano.
? Em dez anos precisaremos de 25 milhões de sacas. Só o Brasil tem condições de suprir essa demanda ? garante.
Preço
O vice-presidente da empresa japonesa Ueshima Coffee (UCC), Masaro Ueshima, maior importador de café da Ásia, diz que apesar da alta dos preços do grão, o Brasil ainda é competitivo em relação a outros países produtores. A UCC importa anualmente cerca de um milhão de sacas de café do Brasil, de altíssima qualidade, volume que tem se mantido estável nos últimos anos.
O grão nacional representa perto de 40% do total comprado pela empresa japonesa. Ueshima ressalta, no entanto, que existe preocupação com a alta das cotações internacionais do café.
? O consumidor tende a substituir o produto por outros tipos de bebida ? explicou ele, que também participa hoje do Cecafé.
De acordo com Ueshima, a qualidade do café brasileiro tem correspondido às necessidades dos japoneses.
? O Japão é rigoroso [em termos de qualidade] e o café brasileiro tem melhorado cada vez mais ? afirmou.
O presidente da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Coouxupé), Carlos Alberto Paulino da Costa, comentou que cerca de 30% do café utilizado pela Nespresso em suas cápsulas tem como origem o Brasil. A norte-americana Starbucks, maior rede de cafeterias do mundo, cada vez mais compõe seus blends com café brasileiro.