O livro, que atende tanto ao público especializado como ao leigo, traz identificação e descrição das espécies e um glossário ilustrado dos termos botânicos utilizados. São cerca de 400 espécies ilustradas em fotografias coloridas.
De acordo com Volker Bittrich, pesquisador colaborador do Departamento de Biologia Vegetal do Instituto de Biologia da Unicamp, um dos autores do livro, para facilitar a identificação das espécies por um leigo as plantas foram organizadas de acordo com as cores de suas flores, sendo que uma parte foi reservada para capins e plantas similares e outra para plantas sem flores ou com flores muito diminutas.
? Talvez a maior contribuição do guia seja permitir a identificação das plantas aquáticas e palustres tanto por profissionais como por pessoas interessadas, por meio de boas fotos e de breves descrições. Essas plantas ocorrem em qualquer local mais ou menos úmido e são de pequeno porte. Assim, qualquer pessoa pode encontrá-las e tentar identificá-las ? disse.
O livro inclui ilustrações tanto do hábito das plantas como de detalhes importantes para a identificação, como flores, frutos ou sementes.
Segundo Bittrich, uma das dificuldades iniciais foi que, como não havia câmeras digitais na época em que as pesquisas se iniciaram, muitas vezes as fotos feitas em regiões distantes se revelavam inadequadas e tiveram que ser repetidas.
? As plantas foram trazidas também para cultivo em tanques experimentais e isso foi fundamental para melhorar as fotos. Além disso, às vezes trazíamos plantas ‘de carona’ com a terra transportada de localidades distantes, o que foi muito bom para conseguir fotos delas também ? explicou.
Para outra autora do livro, Maria do Carmo Estanislau do Amaral, professora associada do Instituto de Biologia da Unicamp, o principal objetivo da publicação é mostrar ao leitor o nome correto das espécies.
Como ainda não existe um mapeamento completo da flora no Estado de São Paulo, a pesquisadora aponta que o guia poderá ser de ajuda também para botânicos, pois inclui algumas espécies que foram encontradas nas coletas depois que a descrição de algumas famílias já tinha sido publicada. A busca pelo nome correto das plantas, diz, não é uma atividade do tipo “arte pela arte”, mas tem uma grande importância prática.
? Trabalhamos, por exemplo, em colaboração em um projeto sobre o cervo-do-pantanal, uma espécie que estava praticamente extinta em São Paulo. Está sendo feito um estudo sobre as espécies de plantas que servem de alimento para esse cervo com uma população remanescente em uma área próxima ao município de Ribeirão Preto. Conhecer o nome correto das espécies é fundamental para a avaliação de outros ambientes palustres, de modo a permitir a reintrodução do cervo-do-pantanal em outras áreas do Estado ? disse.