A Dow AgroSciences, subsidiária da Dow Chemical, tem promovido a semente como parte de seu sistema Enlist de controle de ervas daninhas. A companhia desenvolveu o sistema como alternativa ao herbicida glifosato, produto que tem perdido sua efetividade no sul dos Estados Unidos e, cada vez mais, no meio-oeste americano, maior área produtora de grãos do país.
A resistência das ervas daninhas ao glifosato tem sido fonte de preocupação para a Monsanto Co., que há anos desenvolveu o milho transgênico resistente ao glifosato, herbicida que a companhia comercializa sob a marca Roundup Ready.
Grupos ambientalistas argumentam que o 2,4-D, um herbicida mais antigo, muito usado antes de o glifosato tornar-se popular, é muito mais tóxico. A volta do uso mais intenso do produto pode ser uma solução temporária para a resistência das ervas daninhas, mas causará mais danos ambientais, disse Bill Freese, analista de políticas científicas do Centro para Segurança Alimentar. Ele observou que pesquisadores também encontraram ervas daninhas que já estão desenvolvendo resistência ao 2,4-D.
– Realmente, não é uma solução. Isso vai piorar o problema – declarou.
A Dow tinha anunciado em dezembro que a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA considerou que o sistema Enlist cumpria com as regras sob sua supervisão. Um porta-voz da companhia disse nesta quarta, dia 22, que extensões de prazos de consultas públicas “não são atípicos” e que espera que o sistema Enlist seja aprovado. A empresa argumenta que a tecnologia é crucial para evitar o gradeamento da terra, que pode causar erosão do solo. O 2,4-D, afirma a Dow, é usado em mais de 70 países, incluindo os EUA. As informações são da Dow Jones.