O avanço das cotações será determinado, principalmente, pela magnitude da resposta dos produtores globais aos sinais de preço, particularmente nos países exportadores, disse ele, em uma conferência de grãos realizada em Melbourne, na Austrália.
Dwyer listou oito fatores que influenciarão os mercados até 2020, com quatro deles relacionados à demanda, incluindo o crescimento econômico mundial e a expansão da classe média nos países em desenvolvimento. A alta do poder aquisitivo na China e na Ásia em geral é uma “megatendência central”, informou em seu discurso.
Citando estimativas do USDA, Dwyer disse que a moeda norte-americana provavelmente estenderá uma depreciação iniciada em 2002 até pelo menos 2020, o que ampliará a demanda por commodities (matérias-primas) e estimulará os preços. O índice do dólar em relação às divisas dos principais mercados de exportação agrícola para os EUA atingiu o pico em 113 no ano de 2001, caiu para 95 em 2010 e recuará para pouco acima de 80 até 2020, tendo como base um nível de 100 em 2005.
Ele lembrou que a produção mundial de biocombustíveis continua em ascensão, encorajando a demanda por insumos como cana-de-açúcar, milho e óleos vegetais. Os volumes negociados subiram acentuadamente na última década, parcialmente refletindo as importações maiores de produtos agrícolas, explicou ele.
Entre os fatores referentes à oferta, Dwyer prevê que erros de política por parte dos governos, como a proibição dos embarques de trigo, distorcerão os mercados e elevarão os preços globais. Mas o aumento dos gastos com energia ampliará o custo da produção agrícola, reduzindo os lucros dos produtores locais, acrescentou ele.
A biotecnologia terá um papel ainda mais importante, melhorando a produtividade, enquanto a expansão das lavouras também se traduzirá em ofertas mais amplas, de acordo com Dwyer. A maior parte do crescimento da produção de alimentos será resultado de uma produtividade maior, mas a firmeza dos preços incentivará ao menos alguma elevação da área plantada ou o cultivo de novas terras, em especial na América do Sul, particularmente no Brasil, ou na ex-União Soviética, afirmou ele. As informações são da Dow Jones.