Em seu relatório mensal de oferta e demanda, o USDA disse que os estoques de soja devem somar 11,16 milhões de toneladas no encerramento da temporada 2014/2015, em 31 de agosto do ano que vem. No mês passado, o USDA projetou as reservas em 12,24 milhões de t.
Segundo o USDA, o corte foi motivado por um ritmo forte de exportações nas últimas semanas. Além disso, a perspectiva é de mais vendas e embarques antes do início da colheita na América do Sul.
Os estoques domésticos de milho foram estimados em 50,75 milhões de t, ante 51 milhões de t no mês passado. Analistas esperavam um aumento da projeção para 51,26 milhões de t. O governo reduziu sua estimativa, porque espera demanda maior de produtores de amido e glucose de milho.
O USDA disse ainda que os estoques mundiais de soja em 2013/2014 devem somar 66,6 milhões de toneladas, ante previsão de 66,9 milhões em novembro. Para 2014/2015, as reservas mundiais devem alcançar 89,9 milhões de toneladas.
A estimativa para as reservas globais de milho em 2013/2014 foi reduzida para 172,8 milhões de toneladas, de 173 milhões em novembro. Em 2015, os estoques devem totalizar 192,2 milhões de toneladas.
Trigo
Quanto ao trigo, o USDA elevou sua previsão de estoques finais de 17,52 milhões de t para 17,8 milhões de t. A expectativa de analistas era de 17,71 milhões de t. A temporada do trigo termina em 31 de maio. De acordo com o USDA, a revisão se deve à expectativa de produção maior nos EUA e de aumento das importações de trigo canadense.
O governo não revisou suas projeções de safra, produtividade e área, mas cortou as previsões de estoques por conta de mudanças na perspectiva de demanda.
A projeção do USDA para os estoques mundiais de trigo em 2013/2014 foi cortada de 185,7 milhões para 185,3 milhões de toneladas. Para 2015, o USDA projeta estoques de 194,9 milhões de toneladas.
Análise: Números refletem ajuste seguindo aumento de exportações
O relatório do USDA agradou o analista de mercado Pedro Djneka, segundo ele, o Departamento ajustou corretamente os números, conforme o ritmo de exportações norte-americano.
Djneka afirmou, em entrevista ao Rural Notícias, que a expectativa dos analistas é que o ritmo de compra da China sofra gradativa redução nos próximos meses. Segundo ele, dezembro é o pico de vendas dos Estados Unidos, até março, quando o mercado comprador de volta para a América do Sul.
Milho
O milho vive um bom momento no mercado internacional, com compras sustentadas pela China. Mas, conforme Djneka, a oferta deve ultrapassar a demanda nos próximos meses.
Preços
Djneka acredita em valores próximos aos US$ 10 por bushel, para a soja, com certa volatilidade. A médio e longo prazo os preços devem reduzir.
– Tem muita soja no mundo, os estoques globais são realmente abundantes.
No Brasil, a situação é um pouco diferente, mais favorável ao produtor. O analista aponta que os prêmios podem contribuir e o produtor deve ficar atento a bons momentos para fixar preços. A perspectiva é que, de março em diante, as cotações acompanhem o mercado internacional.
Djneka chamou atenção para ajustes nos números de produção, que devem ser feitos pelo USDA no relatório de 12 de janeiro de 2015. A tendência é de correção para cima, mas o analista lembra:
– O clima pode mudar tudo isso.