? Os canaviais estão muito bons e tem muita cana para cortar, pois a chuva segurou para todas as usinas em 2009 ? diz o presidente das Usinas Batatais e Lins, Bernardo Biagi.
Segundo o empresário, as duas usinas deverão fechar a safra em 20 de dezembro.
E, com preços melhores tanto para o álcool quanto para o açúcar, os usineiros esperam uma boa safra, enquanto os consumidores, proprietários de veículos, ficam na expectativa de que o preço do etanol (álcool hidratado) diminua nas bombas dos postos.
? Tudo indica que deverá cair, como nos últimos anos ? diz Oswaldo Manaia, presidente da regional de Ribeirão Preto do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro).
O preço chegou a R$ 1,89 por litro no início do ano e hoje varia entre R$ 1,60 e R$ 1,70.
? Agora os preços de nossos produtos melhoraram, depois de um prejuízo durante 26 meses seguidos, até a metade de 2009 ? comenta Biagi, acreditando que o reflexo da queda de preço para o consumidor será progressivo, à medida que a nova colheita seja processada.
A Usina Lins, com 25 mil hectares de cana, que só produz álcool hidratado, vai moer 1,910 milhão de toneladas, 16% mais que na safra anterior (1,652 milhões). A produção de álcool deverá atingir 162 milhões de litros, ou seja, 24% mais que no ano passado (131 milhões). Essa unidade terá 1 mil funcionários na safra iniciada, superando os 880 da anterior.
A Usina Batatais, com 50 mil hectares, vai moer 3,750 milhões de toneladas de cana, 6% mais que as 3,550 milhões de toneladas de 2009. A unidade, que manterá os 2.100 funcionários da safra passada, terá aumento de 10% na produção de açúcar (passando de 5,040 milhões de sacos de 50 quilos para 5,555 milhões) e 8% na de álcool anidro (141 milhões de litros, ante 130 milhões da anterior).
A crise financeira mundial e os preços baixos no setor dificultaram os investimentos dos usineiros na safra anterior, que ainda enfrentou o excesso de chuva no segundo semestre. Isso atrapalhou a colheita de cana e a produção de etanol, gerando um cenário atípico.
?Não foi legal para o produtor nem para o consumidor ? afirma Biagi.
Com a explosão de vendas de carros flex, o consumo de etanol aumentou, mas a colheita foi insuficiente, por causa das chuvas. Consequentemente, o preço na bomba subiu, principalmente entre janeiro e fevereiro, forçando os donos de carros flex a partir para o consumo de gasolina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.