Em Piracicaba, a situação é essa: todo o canavial já foi colhido. Nas indústrias, pouca ou nenhuma movimentação.
Das 24 usinas da região, 18 já encerraram o processo de moagem. Uma delas finalizou os trabalhos no final de outubro. As outras seis que ainda não paralisaram devem encerrar tudo em, no máximo, em 15 dias.
O fim da moagem nesta época foi causado por dois fatores: o clima seco e a falta de renovação nos canaviais.
? O reflexo é um só. Temos menos cana e menos dinheiro no bolso dos produtores. A vantagem é que os preços esse ano estão um pouco melhores, dá um fôlego para eles ? afirma o diretor técnico da Cooperativa dos Plantadores de Cana de São Paulo, José Rodolfo Pinatti.
A situação de Piracicaba é semelhante a de boa parte do centro-sul do Brasil. Até o dia 15 de novembro, 76 usinas haviam encerrado a moagem. No mesmo período em 2009, eram apenas 15. A expectativa é encerrar este mês com 140 unidades paradas. Com o fim antecipado da safra, a indústria calcula que a moagem de cana deve ficar próxima de 570 milhões de toneladas, volume 7% inferior ao previsto no começo do ano. Mas, de acordo com a indústria, essa perda não deve resultar em alta nos preço do etanol durante a entressafra.
? Esse ano o mercado está mais abastecido. As usinas estão com mais estoque de etanol nos tanques. De tal forma, haverá produto suficiente para atender todo abastecimento do período da entressafra até o início da próxima safra, e vai se dar entre o final de março e começo de abril ? explica o diretor técnico da Unica, Antonio de Pádua Rodrigues.
Além de São Paulo, Goiás deve encerra a moagem de cana-de-açúcar em dezembro. Já as usinas em Mato Grosso do Sul e Paraná têm matéria-prima para processar até janeiro.