Na usina da Camera, em Ijuí, Rio Grande do Sul, equipada para processar 144 milhões de litros de biodiesel por ano, pouco mais de 70% da capacidade é utilizada. Nos próximos dias, a unidade será ampliada para 234 milhões de litros por ano. Com o intuito de absorver a oferta, a esperança é que um novo marco regulatório do setor seja apresentado ainda em 2012, prevendo aumento gradativo do biodiesel ao combustível mineral.
? No último leilão de energia, vendemos 100% das cotas que poderíamos, ainda assim permanecemos com capacidade ociosa ? afirma João Artur Manjabosco, gerente da unidade de negócios da Camera de Ijuí.
Além de vender em leilões, a empresa fornece para a Viação Itaim Paulista, que desenvolve um projeto pioneiro de B20, que tem proporção de 20% do biocombustível no diesel consumido pela frota.
O acréscimo do combustível extraído de fontes renováveis, especialmente da soja, ao combustível convencional interessa muito ao Rio Grande do Sul. O Estado é o maior produtor de biodiesel do país, fornecendo 576 milhões de litros ao ano, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
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Em 2011, as usinas do Estado deverão faturar R$ 1,8 bilhão e gerarão cerca de R$ 130 milhões em ICMS. Ampliando de 5% para 7% o uso do biodiesel, o número de famílias envolvidas no segmento passaria de 38 mil para 50 mil, projeta a Secretaria da Agricultura.
Embora existam caminhos para que o pleito seja atendido, ainda não há um movimento definitivo. Se alguns integrantes do governo mostram-se favoráveis ao incremento, outros, de pastas ligadas à economia, temem pressão sobre o preço da soja e do combustível caso a dosagem aumente, já que o biodiesel é mais caro do que o combustível do petróleo.
Atualmente, a adição de biocombustível ao diesel está em níveis superiores aos previstos na lei de 2005, que regulamenta a atividade. Como a produção subiu substancialmente no país, a ampliação da mistura de 2% para 5%, prevista apenas para 2013, foi antecipada em 2008.
Na Argentina, por exemplo, a adição de biodiesel ao combustível já chega a 10%. Outros pleitos estão na agenda do setor, como desoneração para exportações e estímulo, nas grandes metrópoles, a frotas que utilizam B20.
