Usinas priorizam produção de etanol e vendas do biocombustível crescem em maio

Retração de moagem ocorreu devido às chuvas que atingiram regiões produtoras no final da quinzenaO volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil chegou a 34,77 milhões de toneladas na segunda quinzena de maio, uma queda de 13,24% em relação a quinzena anterior (40,07 milhões de toneladas) e de 2,84% no comparativo com o mesmo período da safra passada (35,78 milhões de toneladas).

Segundo o Diretor Técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, a retração na moagem ocorreu devido às chuvas que atingiram as principais regiões produtoras no final da quinzena, e isso dificultou a colheita. Os primeiros dias de junho também foram prejudicados pela chuva, o que deve repercutir na moagem da próxima quinzena, acrescentou o executivo.

No acumulado desde o início da atual safra até primeiro de junho, a moagem alcançou 116,11 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Esse volume é superior aquele verificado em 2012 (70,80 milhões de toneladas), mas 13,47% inferior ao observado no mesmo período da safra 2010/2011 (134,18 milhões de toneladas).

Na segunda quinzena de maio, oito unidades produtoras iniciaram a safra, chegando ao final da quinzena com 268 unidades industriais operando no Centro-Sul do País.

Produção de açúcar e de etanol

Na segunda quinzena de maio, houve uma redução significativa na proporção de cana direcionada para a produção de açúcar, como explica o executivo da ÚNICA:

– Apesar da limitação imposta por compromissos antigos de entrega de açúcar, o diferencial de preço entre etanol e açúcar fez com que as unidades produtoras priorizassem a produção do biocombustível.

Na segunda quinzena de maio, 41,78% da cana processada pelas unidades produtoras foi direcionada à produção de açúcar. Essa proporção é menor que os 43,66% observados na quinzena passada e bem inferior aos 48,31% verificados na mesma data da safra 2012/2013.

Com isso, a produção de açúcar na segunda quinzena de maio alcançou 1,84 milhão de toneladas, queda de 11,17% em relação à primeira quinzena do mês (2,07 milhões de toneladas) e retração de 6,18% no comparativo com o mesmo período de 2012, quando foram produzidas 1,96 milhão de toneladas.

A produção de etanol, por sua vez, totalizou 1,57 bilhão de litros na segunda metade de maio, sendo 889,19 milhões de litros de etanol hidratado e 684,64 milhões de litros de etanol anidro.

Vendas de etanol

As vendas de etanol pelas unidades produtoras da região Centro-Sul somaram 2,08 bilhões de litros em maio, alta de 27,85% relativamente ao volume vendido em abril deste ano (1,63 bilhão de litros) e crescimento de 25,47% no comparativo com maio de 2012, quando foram comercializados 1,66 bilhão de litros.

Do volume total comercializado em maio, 253,41 milhões de litros destinaram-se às exportações e 1,83 bilhão de litros ao mercado doméstico.

No mercado doméstico, o volume comercializado de etanol anidro alcançou 769,69 milhões de litros, considerável alta de 38,64% em relação ao valor observado em abril deste ano. Cabe mencionar que esse crescimento se deve, entre outros fatores, ao aumento de 20 para 25% no nível de mistura de etanol anidro na gasolina a partir de maio.

O volume de etanol hidratado vendido no mercado interno, por sua vez, alcançou 1,06 bilhão de litros em maio deste ano, crescimento de 5,58% em relação as vendas de abril (1,00 bilhão de litros) e de 7,91% no comparativo com maio de 2012 (979,27 milhões de litros)

O crescimento nas vendas de etanol hidratado no mercado doméstico fica mais evidente quando avaliamos o volume comercializado pelas unidades produtoras nos últimos quinze dias de maio. Nesse período, as vendas do produto internamente alcançaram 560,48 milhões de litros, com alta de 12,95% na comparação com os primeiros quinze dias do mês e crescimento de 5,60% sobre o volume vendido em maio da safra passada.

Dados levantados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP na última semana apontam que o etanol hidratado já é economicamente competitivo em relação a gasolina nos Estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Goiás.