Nesta semana, pesquisadores, produtores rurais e usineiros participaram, em Piracicaba (SP), de um encontro sobre a viabilidade de um tipo de sorgo pra produção de combustível, o sacarino.
O sorgo é uma planta muito parecida com o milho pelo porte e pelas folhas. No entanto, em propriedades de São Paulo, o sorgo está sendo comparado à cana, porque no caule, ou colmo na denominação técnica, há potencial para produção de etanol. Pesquisadores concluíram que um hectare pode render até cinco mil litros de etanol.
– A intenção não é comparar o sorgo com a cana, mesmo porque os dois compartilham do mesmo ciclo. O sorgo é muito mais curto, então ele é plantado antes da cana, colhido antes de plantar cana e depois se aproveita o período maior pra cultivar e aproveitar a cana – afirma o gerente Ceres Brasil, Willian Burnquist.
De acordo com Burnsquist, não faltará matéria prima para as usinas que resolverem usar o sorgo. As primeiras variedades do vegetal começaram a ser produzidas no Brasil na década de 1970 por iniciativa dos pesquisadores da Embrapa. A planta tem ciclo produtivo de 90 a 140 dias. Do plantio a colheita, tudo é feito entre os meses de novembro e abril, bem no período de entressafra da cana.
Pelo Brasil, há lavouras três tipos: o graneleiro e o forrageiro, ambos muito usados em rações, e o sorgo sacarino, indicado para biocombustíveis. Muitas empresas no Brasil desenvolvem pesquisas com o produto. A Embrapa já estuda a eficiência do sorgo sacarino desde a época do pró-alcool, há quase 40 anos.
Cristiano Peraceli é gerente agrícola de uma usina que já produzirá etanol de sorgo em São Paulo pela primeira vez. Pelos cálculos de Peraceli, cada tonelada colhida dos mil hectares plantadas deve render, no mínimo, 45 litros de etanol.
– Isso vai fazer com que a gente consiga ter uma otimização muito maior da nossa área agrícola e consequentemente da empresa como um todo – avalia.