O produtor de milho e hortaliças José Ibaldo Mendes é um dos adeptos da técnica. Ele começou a fazer o controle biológico de pragas há dois anos e já viu resultados.
– Felizmente não tenho tido mais problema com a lagarta depois que eu passei a usar o Trichogramma. Hoje eu uso semanalmente não apenas no milho, mas em todas as outras culturas, beterraba, abobrinha… – conta o produror.
A variedade de agentes biologicos é grande e os mais utilizadoss são fungos, virus, bactérias e insetos. O pesquisador da Embrapa Ricardo Teixeira Alves, é responsável por oito produtos já presentes no campo. Ele explica que muitos agricultores têm descoberto que os benefícios dessas tecnologias vão além do baixo risco ao meio ambiente e à saúde humana, representam também menor custo de produção.
– No controle biológico a gente está aplicando um ser vivo, então ele tem a capacidade de se multiplicar e dispersar no ambiente, proporcionando um controle mais permanente, coisa que o químico não faz porque não tem vida. De um modo geral, todos os produtos biológicos são mais baratos do que os produtos químicos concorrentes. Chegam a ser até um quarto do preço do produto químico – aponta Alves.
No Brasil, cerca de 30 produtos de controle biológico possuem licença de uso. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apoia o uso do controle biológico e diz que está trabalhando para simplificar o processo de registro dos produtos.
– A gente modificou recentemente a forma de indicação do produtos biológicos de forma geral. Eles não são mais indicados por culturas, mas por alvos biológicos, ou seja, pela praga. Assim, podem ser utilizados em qualquer cultura em que aquela praga ocorra. Isso facilita muito a indicação do produto e possibilita o uso em diversas culturas onde aqueles alvos são detectados – explica o chefe da divisão de registros de agrotóxicos do Mapa, Carlos Ramos Venâncio.