As big bags não são novidade para quem exporta café, mas, depois de 10 anos no mercado, as embalagens com capacidade de até 1,5 tonelada estão se tornando mais comuns. Além da maior capacidade, as bigbags não exigem mão de obra braçal, nem grandes equipamentos, como os usados no café estufado diretamente no contêiner.
– O Brasil movimenta cerca de 3 milhões de sacas por mês e isso só é possível hoje, em termos operacionais, pela existência de uma logística que proporciona essa condição de movimentação intensa. E o segundo fator, que também é de grande importância, é a economicidade do sistema. A sacaria de juta hoje está com preços elevados, por R$ 6 a unidade, enquanto um big bag, que carrega 20 sacos, está em torno de R$ 50 – explica o diretor geral da Cecafé, Guilherme Braga.
Em um terminal que estufa café para exportação, em Santos, no litoral de São Paulo, 60% do produto é carregado a granel, 30% em sacaria e 10% nas chamadas alfabags. Apesar da porcentagem ainda pequena, a utilização do material está crescendo e traz facilidades na logística.
Outro fator que deve impulsionar o crescimento é uma possível mudança nas leis trabalhistas. Hoje tem uma lei trabalhista que quer reduzir a saca de 60 quilos para 50 quilos e posteriormente para 30 quilos. Isso chega a inviabilizar o uso da sacaria de 60 quilos e a demanda do uso do supersaco e do alfabag tende a crescer.
Para o diretor do Cecafé, as sacas de juta devem, em breve, fazer parte do passado.
– Em cinco ou seis anos a sacaria de juta vai ser coisa do passado. Vai se destinar, talvez, mais para condicionar cafés diferenciados, cafés de qualidade mais apurada ou cafés orgânicos. São pequenas parcelas do café que tem que ter uma embalagem individualizada. O big bag não será a melhor solução para esses cafés – avalia.