A proposta do estudo ‘A cabeça do produtor rural na era digital’ foi entender a mente do agricultor brasileiro e traçar um perfil dos que usam a tecnologia na propriedade. Elaborada pela McKinsey, a pesquisa ouviu mais de 750 agricultores de diferentes culturas e regiões do Brasil, abordando temas como comportamento digital, soluções de financiamento, processo de aquisição de insumos, influenciadores e nível de adoção tecnológica.
A ideia é ilustrar como a era digital tem influenciado a rentabilidade da atividade agropecuária. A pesquisa serviu como base para um webinar realizado nesta quinta-feira, 7, pela McKinsey e pelo Insper Agro Global.
A conclusão do estudo mostra os interesses entre os produtores pesquisados:
- 64% envolvem-se em hedging de preços
- 36% se interessam por segurança digital
- 36% usam o barter como ferramenta para financiamento
- 33% querem vender seus produtos online
A partir do resultado da pesquisa, o estudo foi dividido em cinco grupos:
- empreendedor de grão
- agricultores antenados com a tecnologia
- jovens agricultores de hortifrútis
- agricultores artesanais
- membros de cooperativas.
Produtores de algodão são os mais antenados. Na categoria ‘antenados com a tecnologia’, 64% trabalham com a cultura do algodão, seguido de grãos, 32%. Em relação à formação acadêmica 77% têm ensino médio ou acima. Sobre a faixa etária, 48% têm menos de 35 anos. A integração digital está bastante presente nesse grupo: 99% dos produtores possuem internet na propriedade.
Nelson Ferreira, sócio-sênior da McKinsey, diz que o Brasil está vivendo uma nova revolução agrícola. “O futuro da agricultura, a nosso ver, é multicanal. O futuro da agricultura tem uma componente digital forte e a gente espera ver, assim como viu em outros setores – como bancos, supermercados e aplicativos – nos próximos meses e anos isso sendo muito forte na agricultura”, ressaltou.
Ele acredita ainda que esse cenário vai intensificar pós-pandemia da Covid-19, pois mesmo aqueles que ainda resistiam ao uso da tecnologia digital estão utilizando as ferramentas neste momento, por uma questão de necessidade.
“O crescimento da agricultura e a importância da cultura brasileira tem incentivado essa revolução e a situação conjuntural que nós estamos vivendo agora, desafortunadamente por causa da pandemia, ela vai acelerar muito essas tendências”, acrescentou.