Uso repetido de agrotóxicos nas lavouras preocupa Aprosoja-MT

Entidade pede para que os produtores do Estado busquem um manejo adequado dos produtos, para evitar a criação de pragas super-resistentesO uso de defensivos com o mesmo princípio ativo nas últimas safras preocupa a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). A entidade pede para que os produtores do Estado busquem um manejo adequado dos produtos. Além da utilização dos inseticidas com o mesmo princípio ativo, a Aprosoja-MT afirma que a mesma situação acontece com o uso de fungicidas.

– Quando se fala dos fungicidas, que são produtos importantes no combate à ferrugem asiática e na prática, nós temos notado que não existe uma orientação correta, principalmente nos canais de venda. Nós temos no mercado três produtores que atendem e ainda são eficientes. Se a alternância de princípios ativos não for adotada integralmente pelo produtor, nós não teremos mais princípios eficientes e isso pode condenar a cultura da soja no Brasil – ressalta Ricardo Tomczyk, presidente da Aprosoja-MT.

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O assunto é tão sério que a associação está realizando uma campanha que busca conscientizar os produtores rurais para a importância de se fazer o manejo adequado dos defensivos.

– A Aprosoja está levantando uma campanha, inclusive para o correto manejo dos princípios ativos, principalmente no que tange o tema dos fungicidas. Buscar orientação profissional de um engenheiro agrônomo, que seja feita efetivamente a rotação de princípio ativo. Nós precisamos avançar nesse tema rapidamente para que o produtor adote práticas mais eficientes – completa Tomczyk.

O agricultor Luiz Antônio Rodrigues cultiva 1400 hectares de soja no município de Alto Garças (MT). Em 2013, o produtor sofreu com os ataques da lagarta Helicoverpa armígera. A praga causou muitos prejuízos. O desespero com a proliferação da praga foi tão grande que o produtor deixou de lado o manejo adequado dos defensivos. Rodrigues chegou a aplicar várias vezes os inseticidas com o mesmo princípio ativo.

– Teve um ataque generalizado nas primeiras variedades plantadas na fazenda, e como a gente não conhecia o manejo, muito menos os vendedores das empresas que fornecem o defensivo, nós não tivemos preocupação sobre o modo de usar e as dosagens corretas. Eu fazia cinco a seis aplicações em média e depois tive que fazer mais três aplicações a mais, o que deu um custo de quase cinco sacos por hectare – explica o produtor rural.

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