Uso de sacolas plásticas no Rio Grande do Sul diminui 20% em dois anos

Estado deixou de consumir cerca de 300 milhões de embalagensNo Rio Grande do Sul, o uso de sacolas plásticas para carregar as compras foi reduzido. Em dois anos, a população deixou de consumir cerca de 300 milhões de sacolas, uma queda de 20%, segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas).

A mudança no comportamento é atribuída à melhoria da qualidade da sacola plástica ? mais resistente, reduzindo número de unidades usadas ?, à crescente conscientização das pessoas e aos investimentos do setor supermercadista em treinamentos de empacotadores e funcionários.

? Somos favoráveis à implantação de um modelo que já é comum em muitos países europeus, que é a cobrança de um valor simbólico pelas sacolas plásticas nos supermercados. É um caminho para conscientizar a população sobre o consumo responsável do produto ? explica o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo.

A redução anima, mas o índice poderia ser melhor. De acordo com a Agas, de 3% a 5% dos consumidores são adeptos ao uso da sacola retornável, feita de tecido e oferecida pela maioria dos supermercados por um preço médio de R$ 5.

Nesta semana, em São Paulo, a preocupação com os danos ao ambiente fez os vereadores tomarem uma decisão drástica. Aprovaram, nessa terça, dia 17, um projeto de lei proibindo o uso dessas embalagens pelos supermercados. Segundo a Associação Paulista de Supermercados (APAS), anualmente são consumidas 29,4 bilhões de sacolas no Estado de São Paulo, quase 20 vezes o que se consome no Rio Grande do Sul.

Conscientização

O uso das sacolas retornáveis só será maior quando uma mudança cultural acontecer. Para o coordenador de gestão ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Darci Bernech Campani, assim como na coleta seletiva, implantada na década de 1990 em Porto Alegre (RS) e que ainda não é feita por boa parte da população, o uso das sacolas de tecido também precisará de um tempo para se tornar hábito.

? As pessoas devem pensar como continuar com os confortos que têm, fazendo isso de uma forma que agrida menos o ambiente, mesmo que para isso tenha de se gastar um pouco mais ? diz o professor. 

Bom exemplo

Para tentar reduzir o problema ambiental gerado com as sacolas plásticas, a Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovou em novembro uma lei que obriga os grandes estabelecimentos comerciais da cidade a utilizarem material de fonte renovável ou reciclável em suas sacolas ou embalagens. A lei foi sancionada em janeiro e os estabelecimentos cuja área comercial seja igual ou superior a 500 metros quadrados terão até janeiro de 2012 para substituir as embalagens comuns pelas recicladas. Caso não seja cumprida a legislação, os comerciantes deverão pagar multa em dinheiro ou até mesmo ter seus alvarás suspensos pela prefeitura.