Com patrimônio inicial de R$ 605 milhões, os recursos serão destinados à empresa Vale Florestar S.A., cuja estruturação financeira vai ser gerida pela Global Equity Administradora de Recursos.
O fundo vai promover o reflorestamento para a preservação do meio ambiente e para a atividade industrial e gerar cerca de quatro mil empregos diretos e três mil indiretos. Dos 450 mil hectares de floresta que o fundo pretende plantar até 2012, 150 mil serão para o plantio de florestas industriais (sendo 120 mil para eucaliptos) e 300 mil para proteção e recuperação das florestas nativas. Agnelli disse que já apareceram interessados estrangeiros em investir no fundo, como da China e do Bahrein.
O presidente da Vale, Roger Agnelli, disse que a ideia do fundo surgiu da necessidade de acelerar o processo de reflorestamento que a Vale vem desenvolvendo na região amazônica desde 2007, em fazendas já degradadas por meio de arrendamento.
? Este é um exemplo bem sucedido de projeto social com retorno econômico. Hoje, já plantamos no Pará uma árvore por habitante e nossa meta é que seja plantada uma árvore para cada brasileiro. E é um projeto altamente rentável, muito mais que a pecuária que, lá, é extensiva ? disse.
Cerca de 40% dos investimentos virão da Vale e o restante será repartido entre os demais sócios para a expansão dos negócios, nesta primeira fase. O retorno dos investimentos tem previsão de um mínimo de sete anos, quando é esperado o plantio de algumas árvores, como o eucalipto. O presidente da Vale acredita que as oportunidades são enormes para o negócio de florestas industriais, devido ao déficit de madeira no mundo, que só tende a aumentar.
? Só no Brasil, faltam dois milhões de metros cúbicos [m³] de madeira por ano ? avaliou Agnelli.
O presidente da Petros, Wagner Pinheiro, disse que a entrada do fundo de pensão se justifica pela rentabilidade do projeto.
? A questão ambiental é muito importante, mas, para nós, gestores de pensão, o diferencial do projeto é seu enorme potencial de retorno. A expectativa é de um retorno de 10% real ao ano ? declarou Pinheiro.
A área de atuação do projeto abrange os municípios de Dom Eliseu, Ulianópolis, Paragominas, Rondon do Pará, Abel Figueiredo e Bom Jesus do Tocantins, no Pará, todos localizados em zona de expansão de atividades produtivas e em território desmatado.
O maior empecilho para a celeridade do projeto é a falta de regularização fundiária de licença ambiental da maioria das fazendas da região, o que inviabiliza o arrendamento das terras para a realização do reflorestamento. Segundo Agnelli, a Vale, com o auxílio de advogados, demorou cerca de três anos para conseguir descobrir os verdadeiros donos das terras a serem arrendadas e desatar o nó jurídico para regularizar as propriedades que hoje já foram reflorestadas.
? O projeto está estimulando a legalização das terras. Os fazendeiros da região querem fazer parte do projeto e, por isso, estão tentando se regularizar ? concluiu.