Vale se compromete a cortar fornecimento para empresas que usam madeira ilegal

Acordo com Ministério do Meio Ambiente ocorre um dia após a mineradora ser multada em R$ 5 milhões por descumprir leis ambientaisUm dia após ser multada em R$ 5 milhões, por descumprir leis ambientais, a mineradora Vale anunciou nesta sexta-feira, dia 11, um acordo com o Ministério do Meio Ambiente por meio do qual deverá suspender a venda de minério de ferro a empresas ilegais, do ponto de vista ambiental.

A idéia é atacar a cadeia produtiva do ferro-gusa, evitando que carvoarias utilizem madeira proveniente do desmatamento da Amazônia. O carvão dessas madeiras é usado como fonte de calor para fusão do minério de ferro e transformação física do minério em ferro-gusa.

No documento, a Vale se compromete a só fornecer minério àquelas empresas que comprovem, por meio de documentos fornecidos pelos órgãos ambientais de governo, a legalidade de seus produtos.

Segundo o presidente da mineradora, Roger Agnelli, a medida será adotada imediatamente. No entanto, ele pondera que estudará com o governo um prazo para que as empresas irregulares se adequem às leis.

? Não podemos fechar os olhos. Existe uma realidade em que muitas pessoas dependem do trabalho nessas madeireiras ou guseiras. Não adianta dizer que a partir de hoje não se faz mais nada, é necessário um prazo para que as coisas se regularizem ? disse.

No ano passado, a Vale já havia se comprometido a cortar o fornecimento de minério de ferro, assim como o transporte de ferro-gusa, das empresas que não cumpriam  leis trabalhistas e ambientais.

No acordo anunciado nesta sexta com a Vale, o governo, por sua vez, prometeu acelerar projetos de cadastro e licenciamento de propriedades rurais, além de apoiar o zoneamento econômico e ecológico na Amazônia.

? Ao mesmo tempo em que o governo aperta a repressão por meio da Polícia Federal e do Ibama, vamos comprometer a cadeia produtiva. Dessa forma, as empresas que compram minério correrão para se regularizar ou serão embargadas ? afirmou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

Ainda de acordo com o ministro, as páginas da internet do ministério e do Ibama disponibilizarão o cadastro de empresas certificadas e também das irregulares, do ponto de vista da legislação ambiental.