Vale investe US$ 1,6 bilhão em projetos de longo prazo de ferro e adubo

Negócio aguarda aprovação de autoridades da Bolsa de ValoresA Vale revelou nesta sexta, dia 30, que aposta em projetos de longo prazo após a compra de ativos de minério de ferro e adubos da rival anglo-australiana Rio Tinto na Argentina, Canadá e Brasil, no valor de US$ 1,6 bilhão.

Segundo informou a Vale em comunicado, o contrato de compra venda já foi assinado com a Rio Tinto Plc e compreende o pagamento por minas e infraestrutura, embora o negócio ainda dependa da aprovação de autoridades das bolsas de valores dos três países.

? A recessão global não altera os fundamentos do crescimento em longo prazo da demanda por adubos e, em particular, por potássio ? explicou a Vale, após assinalar que a oferta do produto é limitada.

O valor a ser pago por ativos de minério de ferro na mina de Corumbá (MS), será de US$ 750 milhões e os depósitos de potássio na Argentina e no Canadá terão outros US$ 850 milhões.

O negócio também foi divulgado na Austrália pela Rio Tinto, como parte do plano para reduzir sua dívida em US$ 10 bilhões em 2009, em uma reestruturação que também incluirá 14 mil demissões.

No Brasil, a Vale adquirirá 100% da mina ao ar livre de Corumbá, um depósito com 210 milhões de toneladas em reservas e que produziu 2 milhões de toneladas de ferro em 2008.

“Corumbá é um ativo de escala mundial, com alto teor de ferro (67%) e uma qualidade do mineral que vem se tornando rara no mundo”, afirmou a companhia.

A Vale também adquiriu um porto fluvial e balsas de transporte de ferro que navegam pelo rio Paraguai.

Na Argentina, a Vale comprou o projeto Rio Colorado, nas províncias de Mendoza e Neuquén, uma mina de potássio com reservas de 410 milhões de toneladas e capacidade de produção de 2,4 milhões de toneladas, que ainda pode ser quase duplicada, até 4,35 milhões. O projeto ainda inclui a construção de um ramal de ferrovia de 350 quilômetros e uma central geradora de eletricidade.

Da Rio Tinto, a Vale também adquiriu o projeto Regina, na província de Saskatchewan, no Canadá, com potencial para produzir anualmente 2,8 milhões de toneladas de potássio que será destinado ao mercado asiático.

Em 2008 a Vale produziu 607 mil toneladas de potássio de origem mineral em Sergipe, e estuda outros projetos no Brasil e na Argentina com a mesma tecnologia usada no Rio Colorado. No mundo, 80% das reservas de potássio mineral estão concentradas em três grandes produtores: Canadá, Rússia e Belarus, enquanto China, Estados Unidos, Brasil e Índia são os maiores consumidores e importadores mundiais.