O assunto foi discutido no Planalto nessa quarta, dia 20, entre a presidente Dilma; o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão; o presidente da Vale, Murilo Ferreira; e o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli. A pauta tratou do arrendamento ou cessão para a Vale da jazida de carnalita que a Petrobras tem em Muruim, Sergipe. Isso é fundamental para se montar o megaprojeto.
A Vale já tem uma mina de potássio em Rosário do Catete, também em Sergipe, em fase final de vida útil. Para a empresa desenvolver o novo projeto é crucial que seja selado o acordo. Falta a Petrobras decidir se vai optar pelo arrendamento ou cessão da reserva.
O projeto da Vale é estratégico para o país, razão pela qual Dilma quis acompanhar a reunião. O potássio é um insumo imprescindível na produção de fertilizantes, e o Brasil é dependente em 90% de importações ? o equivalente a 6 milhões de toneladas. Hoje, a Vale produz 600 mil toneladas ao ano de cloreto de potássio na mina de Sergipe, também arrendada da Petrobras nos anos 1990.
Os encontros entre as duas empresas já ocorrem há algum tempo. Não se trata de joint venture. O projeto é 100% da Vale. O ex-presidente da mineradora, Roger Agnelli, chegou a se reunir com o governador de Sergipe, Marcelo Déda, em 2010, para buscar um entendimento que garantisse o investimento. A indefinição da Petrobras era o último obstáculo.
A mineradora tem a produção de fertilizantes como prioridade. No ano passado, a Vale comprou, por US$ 5 bilhões, ativos da Fosfértil e da Bunge. Recentemente, a companhia optou por fechar o capital da Vale Fertilizantes por causa do grande portfólio de projetos no setor.
No momento, a companhia desenvolve o projeto de potássio de Rio Colorado, em Mendoza, na Argentina, que deve entrar em operação em 2014. Também está trabalhando no projeto de Regina, no Canadá, que começa a produzir em 2015; e tem sob análise o projeto de Salitre, em Patrocínio, no Triângulo Mineiro.