A situação é crítica. Em Registro, no interior do Estado, José de Paulo Teixeira contabiliza os prejuízos com a lavoura de 25 hectares. Em 2014, o produtor não só não conseguiu pagar as contas, como teve prejuízo de R$ 150 mil.
– O consumidor final paga caro pelo produto e o produtor não consegue preço melhor para vender pro atacado – reclama o produtor.
O clima também atrapalhou o desenvolvimento da lavoura. Pelas folhas queimadas dá pra observar que as altas temperaturas afetaram a qualidade. Com isso, muitas bananas estragaram e a situação piorou.
– A lavoura está ruim. O produto acabou sobrando com a falta de vendas – diz Teixeira.
A situação está tão crítica, que 250 produtores de Miracatu também estão endividados e 40 mil caixas da banana não foram comercializadas. Quanto mais tempo elas ficam paradas, mais perdem qualidade.
Os produtores não estão conseguindo nem cobrir os custos de produção. Este mês, o preço da banana nanica está R$ 0,55 o quilo. No mesmo período do ano passado custava R$ 0,65. Com tanta queda nos preços, o presidente do Sindicato Rural de Miracatu, Joaquim Branco, afirma que muitos produtores estão abandonando o plantio e a produção. A previsão é de redução de 30% na oferta.
A Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (Abavar) está levantando a dívida dos produtores da região. O diretor da entidade diz que ainda não tem ideia do endividamento real junto aos bancos. Ele afirma que a maioria não conseguiu pagar os financiamentos.
– A situação está crítica, vamos recorrer ao governo federal para ajudar o setor – diz Jeferson Magário, diretor da Abavar.