Valor Bruto da Produção agrícola aumenta quase 12% em 2011

Produtos que mais contribuíram para o resultado foram o algodão, café, laranja, cana-de-açúcar, milho, soja e uvaO Valor Bruto da Produção (VBP) agrícola apresentou elevação de 11,9% em 2011 em comparação com o ano anterior, o melhor desempenho desde 1997, quando o VBP começou a ser acompanhado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Em relação aos valores apontados em dezembro o aumento foi de 0,2%. Com o resultado, o VBP referente às 20 principais lavouras do país alcançou R$ 205,9 bilhões no ano passado. Em comunicado, o coordenador geral de Planejamento Estratégico do Ministéri

A região Centro-Oeste liderou o crescimento, com aumento de 30,7% no período, favorecida pelo desempenho de Mato Grosso. Em seguida está a região Nordeste (17,3%), o Sul (8,3%) e o Sudeste (7,6%). A região Norte encerrou 2011 com crescimento negativo do valor da produção (-8,9%).

O VBP das principais lavouras previsto para 2012 é de R$ 216,2 bilhões, 5% superior ao de 2011. Os técnicos do Ministério ponderam, no entanto, que a projeção para este ano considera uma safra de 160 milhões de toneladas e não inclui os efeitos da seca no Sul do país, decorrentes do fenômeno La Niña. “Como esse resultado refere-se a um acompanhamento mensal dos preços e quantidades, seus valores vão sendo revisados mensalmente a partir de informações mais atualizadas”, explicam os técnicos. O VBP corresponde à renda dentro da propriedade e considera as plantações de soja, cana-de-açúcar, uva, amendoim, milho, café, arroz, algodão, banana, batata-inglesa, cebola, feijão, fumo, mandioca, pimenta-do-reino, trigo, tomate, cacau, laranja e mamona.

CNA calcula VBP agrícola com crescimento de 11,6%

De acordo com cálculo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o VBP  agrícola alcançou a marca de R$ 188,25 bilhões, crescimento de 11,6% em relação aos R$ 168,6 bilhões recebidos no ano anterior. A safra brasileira de grãos chegou a 162,9 milhões de toneladas, crescimento de 9,2% em relação à safra anterior. Para 2012, estima-se que a produção de grãos irá reduzir 2,8% em relação a 2011, em razão das condições climáticas desfavoráveis nas principais regiões produtoras.

A cultura do algodão se destacou no ano de 2011 com o maior crescimento do VBP, o que se deve, principalmente, à elevação das cotações da fibra e ao aumento da demanda, em especial da China. O faturamento bruto chegou a R$ 5 bilhões, aumento de 55,9% em relação aos R$ 3,2 bilhões recebidos no ano anterior. Para 2012, estima-se que a produção irá diminuir 1,7%, devido à queda da demanda e das cotações da fibra.

O faturamento da soja, em virtude do aumento dos preços e da produção, chegou a R$ 51,3 bilhões, contabilizando um crescimento de 13,3% em comparação com os R$ 45,3 bilhões recebidos em 2010. Na safra 2011/2012, em virtude da estiagem nos principais polos produtores da região Sul, acredita-se que a produção da oleaginosa irá cair 4,7% em relação à safra passada, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A produção de milho alcançou a receita de R$ 24 bilhões que, aumento de 38,9% sobre os R$ 17,3 bilhões de 2010. O crescimento registrado se deve à elevação de 35,3% nos preços médios do milho. Em 2012, estima-se que a produção irá aumentar 2,9% quando comparada com a do ano anterior.

Na cafeicultura, o faturamento bruto esperado é de R$ 20,5 bilhões para 2011, o que representa aumento de 34,2% quando comparado com 2010. A expansão da receita do setor se deve à elevação de 48,4% dos preços internos, que ocorreu em função da bianualidade da cultura, que alterna safras grandes e pequenas. Para 2012, estima-se que a produção possa chegar a 52,3 milhões de sacas de 60 quilos, aumento 20,2% em relação à safra anterior.

O valor bruto da cana-de-açúcar esperado para 2011 é de R$ 32,5 bilhões, incremento de 1,93% em relação a 2010, quando o setor teve um faturamento de R$ 31,9 bilhões. A queda de 11,7% da produção em virtude de problemas climáticos ocorridos durante o período de desenvolvimento da cultura e a renovação do canavial em algumas regiões produtoras favoreceu o aumento dos preços e, consequentemente, a expansão da receita.