O estudo mostra que o maior aumento no valor da produção foi verificado para a soja, cuja renda para este ano foi estimada em R$ 79,9 bilhões, montante 17,1% (R$ 11,6 bilhões) superior ao do ano passado. O bom desempenho da soja se deve em grande parte ao aumento da produção, que foi expressivo em relação ao volume colhido na safra passada, quando a estiagem provou fortes quebras na região Sul. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou a produção de soja em 81,1 milhões de toneladas, volume 23,5% (15,4 milhões de toneladas) superior ao colhido em 2011/2012.
O segundo melhor desempenho nas projeções do Ministério da Agricultura foi registrado para a renda proporcionada pelo tomate, cujos preços dispararam no início do ano, provocado por problemas climáticos, como excesso de chuva em determinadas regiões e estiagem em outras. O estudo estima aumento de 82,3% (R$ 5,025 bilhões) no valor da produção do tomate, para R$ 11,1 bilhões. A renda proporcionada pelo tomate deve crescer menos nos próximos meses, na medida em que a oferta se normalize. A batata-inglesa também ganhou destaque, com aumento do valor bruto da produção em 31%.
O estudo do Ministério da Agricultura mostra uma recuperação da renda da citricultura, estimada em R$ 18,2 bilhões, valor 30,1% (R$ 4,212 bilhões) superior ao registrado no ano passado. A expansão se deve à recuperação dos preços, pois o IBGE prevê uma queda de 14,2% na produção nacional de laranja, para 402,3 milhões de caixas de 40,8 quilos. O levantamento também revela bom desempenho da cana-de-açúcar, com projeção de aumento de 9,4% (R$ 4,106 bilhões) para R$ 47,8 bilhões. O IBGE estimou a produção de cana-de-açúcar em 739,6 milhões de toneladas, volume 10,3% superior ao da safra passada.
Outra cultura que apresenta crescimento expressivo no faturamento é o milho, impulsionado tanto pelo aumento da produção como pela alta de preços. O Ministério da Agricultura estimou o VBP do milho em R$ 36,9 bilhões, valor 30,1% (R$ 4,2 bilhões) superior ao do ano passado.
Os destaques negativos do levantamento são café e algodão. No caso do café o VPB recuou 22,8% (menos R$ 4,38 bilhões), para R$ 14,8 bilhões, pressionado pelo aumento da produção brasileira, que derrubou os preços no mercado internacional. Já a renda do algodão recuou 30,7% (menos R$ 3,5 bilhões) para R$ 8 bilhões. A queda se deve à retração nos preços, uma vez que o IBGE estima a produção 30,6% inferior à da safra passada.
Em relação às regiões, as projeções indicam queda do VBP da Região Norte (-0,7%) e crescimento de 2,3% no Centro-Oeste; 9,7% no Nordeste; 14,1% no Sudeste; e 27% no Sul. De acordo com o Ministério da Agricultura, a expansão significativa no Sul e no Sudeste deve-se ao fraco desempenho dessas regiões no ano passado, e o crescimento menor no Nordeste foi provocado pelo impacto da seca, que afetou principalmente a produção de milho.