As cotações externas também subiram em janeiro. O primeiro vencimento da ICE Futures (Março/09) acumulou acréscimo de 0,8%, com média mensal de US$ 0,4904/lp, 8,3% maior que a de dez/08 (US$ 0,4528/lp). O Índice Cotlook A teve alta de 2,62%, com média de US$ 0,5770/lp, 4,01% superior à de dez/08 (US$ 0,5547/lp).
Segundo a Secex, em janeiro/09 as exportações da pluma totalizaram 46,2 mil toneladas, 22,9% a menos que em dezembro/08 e queda de 11,7% sobre jan/08.
O Real, contudo, teve ligeira valorização frente ao dólar ? 0,9% no acumulado de janeiro ? amenizando a transmissão de preços ao mercado interno. A paridade de exportação, calculada pelo Cepea, FOB Paranaguá, com base no Cot A, subiu 4,29%. A média mensal foi de R$ 1,1209/lp, 0,23% maior em relação a dezembro (R$ 1,1184/lp). Com isso, a venda no mercado interno foi mais atrativa que a exportação.
Apesar desse cenário, produtores tiveram postura firme. A intenção foi a de negociar os lotes restantes da safra 2007/08 a preços maiores. Esses vendedores só cederam a preços menores na última semana de janeiro, porque precisam comprovar venda para obter os prêmios arrematados nos leilões de Pepro (realizados no primeiro semestre do ano passado).
Para emissão das vendas em janeiro, a média dos valores dos prêmios divulgados pela Conab que se referem aos leilões 160/08 (realizado em 15/05/08), 186/08 (03/06/08) e 194/08 (17/06/08) foi de R$ 0,2453/lp para a pluma da Bahia, de R$ 0,2314/lp para a de Goiás, de R$ 0,2480/lp para a do Maranhão, de R$ 0,2480/lp a de Mato Grosso, R$ 0,2354/lp para a de Mato Grosso do Sul, de R$ 0,1919/lp para a de Minas Gerais, de R$ 0,1823/lp para a do Paraná, de R$ 0,2480/lp para a do Piauí e de R$ 0,1823/lp para a de São Paulo.
Segundo a Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), até final de janeiro, 1,357 milhão de toneladas de pluma da safra 2007/08 foi negociada, correspondendo a 85% da produção total estimada pela Conab (1,602 milhão de toneladas). Do total já negociado, 663 mil toneladas são destinados ao mercado interno e 693 mil toneladas, ao externo. Com base nesses cálculos, haveria um excedente de 244 mil toneladas para ser negociado.
Do lado da demanda, algumas indústrias das regiões Sul, Sudeste e Nordeste estiveram ativas no mercado em janeiro. As têxteis consumidoras dos tipos finos da pluma aceitaram com facilidade os preços baseados no Indicador Cepea do dia do faturamento ou até superiores, desde que os resultados dos testes de HVI estivessem dentro dos critérios de qualidade exigidos.
Na última semana, esses compradores abastecidos saíram do mercado. O recuo das têxteis nas negociações da pluma também foi atribuído ao fraco desempenho das negociações no atacado. As vendas de fios foram lentas, com pouca procura por parte das tecelagens e confecções. Além disso, esses compradores ainda buscam preços inferiores ou maiores prazos de pagamento nas compras de fios. Sem muitas opções, algumas têxteis acabam sendo flexíveis. A pressão de compradores de fios tem sido influenciada pelas fracas vendas no varejo e pela oferta de produtos importados.
Em janeiro/09, segundo a Secex, no agregado da cadeia têxtil, houve déficit na balança comercial (exportação menos importação) de 4,19 mil toneladas para o segmento de confecções, 12,9 mil toneladas para filamentos, 9,05 mil toneladas para fios em geral (naturais e sintéticos) e 12,29 mil toneladas para tecidos. O superávit ocorreu para os segmentos de outras manufaturas (1,5 mil toneladas), linhas de costura (21,28 toneladas) e fibras têxteis (45,66 mil toneladas).
Comerciantes também estiveram ativos nas compras da pluma para refazer estoques e cumprir contratos antecipados com as têxteis e atender novos contratos para pronta entrega ? negociações casadas (compra e venda imediata). De forma geral, foram os compradores que adquiriram os maiores volumes.
Em janeiro, o USDA divulgou novo relatório sobre a safra mundial 2008/09de algodão em pluma. As perspectivas continuam sendo de queda na produção, de 8,88% em relação à temporada 2007/08, totalizando 23,914 milhões de toneladas. Quanto ao consumo, o decréscimo estimado é de 6,07%, totalizando 25,091 milhões de toneladas. Com produção inferior ao consumo, os estoques finais devem diminuir 4,67%. As importações devem totalizar 6,768 milhões de toneladas (18,28% inferior a 2007/08).