Foi a Metade Sul do Estado a região que mais contribuiu para a alta dos preços ? acima da média brasileira, de 25% ?, explica a gerente de agroenergia da FNP, Jacqueline Bierhals. O salto das cotações ocorreu em áreas específicas da Região Central e da Zona Sul, onde em alguns municípios os preços no mínimo dobraram.
? Valorizaram-se principalmente áreas altas onde é possível implantar a soja. Na zona de Pelotas, são as áreas que têm uma boa drenagem e a vantagem logística da proximidade do porto de Rio Grande ? aponta Jacqueline.
Segundo o consultor Cilotér Iribarrem, da Safras & Cifras, de Pelotas, é crescente a procura por terras para soja em municípios próximos, como Jaguarão e Arroio Grande. O hectare, então negociado por cerca de R$ 3 mil, agora atinge preços entre R$ 6 mil e R$ 7 mil. Antes, a escalada também havia sido influenciada pelo avanço do eucalipto, lembra Iribarrem.
O estudo da FNP dividiu o Rio Grande do Sul em quatro grandes macrorregiões: Caxias do Sul, Passo Fundo, Uruguaiana e Santa Maria. No norte, quadrante que engloba as principais áreas produtoras de grãos, o efeito soja também apareceu. O valor mais frequente dos negócios verificados no final do ano passado foi de R$ 18,5 mil o hectare na faixa mais valorizada, entre Passso Fundo e Erechim, alta de 34,5% sobre três anos atrás.