– A impressão que a gente tem do governo é que ele quer manter uma banda em um nível em torno de R$ 1,75 a R$ 1,85. Só que, do outro lado, nós temos todos os movimentos dos capitais que estão vindo para o Brasil. Então, estamos vivendo exatamente neste momento, depois que fechamos o ano a R$ 1,88. O governo já fala em tomar algumas medidas. O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que R$ 1,60 nós não vamos mais ver – aponta.
O analista internacional da Cruzeiro do Sul Corretora Jason Vieira diz que uma cotação um pouco menor do dólar não deve provocar grandes problemas aos produtores, segundo o analista. Ele diz que os preços das commodities estão em um patamar alto e devem se manter assim ao longo do ano. E lembra, ainda, que o governo pode adotar medidas que reduzam a entrada de capital estrangeiro, como fez recentemente, mas afirma que isso pode ser prejudicial para o país. Segundo ele,
– Você começa a gerar no investidor estrangeiro um temor muito grande de risco regulatório. O estrangeiro começar a achar que aqui ele pode colocar dinheiro e as regras mudam a qualquer momento. E nós precisamos deste capital – diz.
Vieira acredita que a cotação da moeda americana passa por um momento de ajuste, depois da forte alta ocorrida nos últimos meses de 2011. Ele ressalta acreditar ser difícil o dólar chegar a R$ 1,60. E acrescenta que a cotação da moeda deve variar de R$ 1,65 a R$ 1,80 e que a volatilidade deve ser menor.
– Abaixo de R$ 1,65, o governo acha que prejudica o setor exportador e acima de R$ 1,80 é prejudicial para a inflação. Então, você tem parâmetros “male” e pré-definidos, mas existe uma pré-definição. Existe uma expectativa de que a volatilidade neste ano seja menor do que no ano passado – avalia.