Em Itajaí, o litro da gasolina pode ser encontrado por R$ 2,199, o menor valor do Estado. Já em Florianópolis e São José, onde está o litro mais caro, a gasolina pode custar até R$ 2,699.
Justamente esta grande variação foi tema de discussão no Encontro Sul-brasileiro de Revendedores de Combustíveis, realizado pela primeira vez em SC, em Gaspar, durante o fim de semana. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Litoral Catarinense e Região (Sincombustíveis), Algenor Costa, em Itajaí, o preço é o mais baixo do Estado por causa da concorrência predatória.
? Há suspeita de sonegação de impostos nestes postos que praticam preços muito baixos. Inclusive, já foi comunicado à Secretaria da Fazenda e um fiscal teve seu carro alvejado enquanto fazia a fiscalização, há duas semanas. Estamos com esta guerra de preços há mais de oito meses.
Justificativas são as mesmas em Florianópolis
Conforme ele, os que pagam imposto reduzem as margens de lucro a patamares insustentáveis a fim de competir com os sonegadores. Costa não sabe explicar o porquê da diferença de preço tão grande entre municípios.
? As distribuidoras cobram mais caro em determinadas cidades. O preço de compra dos postos também tem grande variação em SC, de R$ 2,09 a R$ 2,27. Discutimos sobre esta diferença no evento, que reuniu mais de 500 representantes do setor. Vamos buscar as respostas na Agência Nacional do Petróleo ? afirma.
Florianópolis e São José têm a gasolina mais cara do Estado. Apesar de alguns postos fazerem promoções com o litro a R$ 2,420, a maioria vende por R$ 2,599, mas há estabelecimentos que cobram R$ 2,699.
O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis de São José e Região (Sindcomb), Adriano José Matias, também credita à sonegação e à concorrência predatória as promoções existentes na região.
? Quando um posto faz uma promoção, os vizinhos são obrigados a acompanhá-lo porque já estão perdendo movimento, então baixam o preço para não perder tudo, mesmo tendo prejuízo. Isso mata o setor.
Em Florianópolis, a justificativa para o preço mais alto do Estado, conforme Matias, é que a cidade tem postos demais. Enquanto nas outras capitais um posto vende 250 mil litros por mês, em Florianópolis a venda média é de 120 mil litros por mês.
? Apesar da comercialização ser quase a metade, os custos são os mesmos, de aluguel e insumos. O setor está inflado. Hoje, cerca de 30% dos postos da região está à venda por causa disso.
No caso do álcool, segundo o Sindcomb, o litro é comprado pelos postos por valores entre R$ 1,43 e R$ 1,46, portanto qualquer venda nestes patamares, como em Itajaí, onde o litro é vendido a R$ 1,45, só pode ser justificado por evasão fiscal.