O vazio sanitário da soja compreende um período de três meses, iniciado em 15 de junho, onde não pode haver plantas vivas de soja em nenhuma localidade do Estado, com exceção das entidades de pesquisa. A medida tenta evitar a incidência de focos da ferrugem asiática, doença provocada por fungos que atacam as lavouras de soja.
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Para Maria Celeste Marcondes, os produtores estão sensíveis aos apelos da pesquisa que orientam a eliminar todas as plantas vivas de soja que estejam em qualquer local do Estado, em lavouras, estradas, carreadores e até mesmo em pátios de empresas. O vazio sanitário é a única medida fitossanitária capaz de minimizar a incidência da ferrugem, já que a planta viva pode se tornar um hospedeiro do fungo que provoca a ferrugem asiática.
A engenheira explica que o objetivo do vazio é eliminar o fungo e assim retardar ao máximo a presença da doença nas lavouras de soja no plantio da safra regular, que será realizado a partir de outubro em todo o Estado. Os resultados do vazio sanitário da última safra (2011/2012) estão comprovados no Paraná, onde a doença só foi se manifestar no mês de dezembro de 2012. Segundo o site do Consórcio Antiferrugem, que acompanha a incidência da ferrugem asiática no Brasil, em outros Estados a doença se manifestou bem antes, ou seja, logo após a emergência das plantas.
Maria Celeste Marcondes informa que retardar o aparecimento da doença é muito importante, pois evita prejuízos econômicos aos produtores, com a diminuição do uso de fungicidas, reduzindo os custos de produção.
Conforme o acompanhamento do Consórcio Antiferrugem, no Paraná foram registrados 112 casos de ferrugem que apareceram em lavouras na safra passada. Para a safra deste ano, o resultado será demonstrado pela presença ou não de plantas vivas na entressafra. Não havendo o hospedeiro (soja), o fungo da ferrugem asiática não sobreviverá e as plantas da nova safra estarão sadias, informou a técnica.