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VCP pode assumir Aracruz e se tornar gigante da celulose

Analistas vêem negócio como positivo para projetos das empresas no RSA oferta de compra do controle da Aracruz pela Votorantim Celulose e Papel (VCP), aceita nessa quarta, dia 6, fortalece a liderança do Brasil no ramo e não deve prejudicar os projetos das duas empresas no Rio Grande do Sul, opinam analistas.

Se confirmado o negócio, a nova empresa a ser criada a partir da incorporação teria capacidade de produção de cerca de 8,5 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano em 2012, deixando a segunda colocada no ranking mundial, a chilena Arauco, bem atrás, com 3 milhões de toneladas anuais, produzidos atualmente.

Detentora de 28% das ações com direito a voto da Aracruz, a Lorentzen Empreendimentos disse sim à proposta de venda de seu quinhão à VCP, do Grupo Votorantim, por R$ 2,71 bilhões. Como já detém 28% das ações, a VCP ficaria com 56% do controle.

Em tese, o Grupo Safra, dono de uma parcela igual, teria o direito preferencial de compra da parte da Lorentzen e deve manifestar-se em 90 dias, mas a hipótese de interferir no negócio é remota. O mais provável é que venda a sua parte, opina o analista da corretora Coinvalores, Marco Passarelle.

Para ele, o negócio deve favorecer os atuais investimentos das indústrias, incluindo os projetos no Rio Grande do Sul. A Aracruz está aplicando R$ 4,9 bilhões na implantação de nova unidade em Guaíba, e a VCP, US$ 2 bilhões em fábrica prevista para ser instalada na zona sul do Estado.

? Vejo uma perspectiva otimista, com possibilidade de aceleração dos investimentos ? diz Passarelle.

O analista Felipe Ruppenthal, do Banco Geração Futuro, também avalia positivamente o negócio, mas acredita que a incorporação poderá ocasionar alterações nos cronogramas de implantação de novas unidades previstas pelas duas empresas. Lembrando que a VCP, terceira maior produtora de celulose do país, tem um grande projeto também em Mato Grosso do Sul e a Aracruz, um em Minas Gerais, ele afirma que as datas para funcionamento de cada uma podem ser alteradas.

? Se houver a consolidação (do negócio), a VCP vai coordenar a data de entrada de operação em cada um desses projetos, para que comecem gradualmente, sem competição e regulando a oferta. Pode haver atraso de prazo no Rio Grande do Sul, para que as duas fábricas não comecem a operar ao mesmo tempo, em 2011 ? afirma.

Ruppenthal acredita que a compra do controle da Aracruz pela VCP será positiva para o país, porque criará uma nova empresa com mais escala e mais competitiva. No médio ou longo prazo, isso pode incluir redução de funcionários, acrescenta.

A VCP informa que a incorporação permitiria ganhos, em prazo não-especificado, de R$ 4,5 bilhões, decorrentes da sinergia entre as duas empresas.

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