Os recentes capítulos da guerra comercial entre China e EUA continuam a influenciar nas decisões dos investidores do mercado da soja. Além disso, a falta de demanda chinesa pela soja norte-americana deve continuar pressionando Chicago, mesmo com as perdas esperadas para a safra dos EUA.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na próxima semana. As dicas são do analista de Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez:
- Os negociantes devem permanecer com as atenções voltadas para os novos capítulos da guerra comercial entre Estados Unidos e China e para o clima sobre o cinturão produtor norte-americano. Sinais de demanda pela soja dos EUA completam o quadro de fatores;
- Os players foram novamente pegos de surpresa nesta semana após o presidente Donald Trump anunciar uma nova rodada de tarifas sobre produtos chineses. Uma taxa de 10% será aplicada sobre outros US$ 300 bilhões em produtos chineses. O anúncio contrasta com a recente reunião entre representantes do alto escalão dos governos, ocorrida em Xangai, onde aparentemente “avanços foram feitos”, segundo autoridades de ambos os governos. As tarifas estão agendadas para entrar em vigor a partir de 1 de setembro;
. - As novas tarifas devem distanciar ainda mais os países do esperado acordo comercial. Trump se mostra disposto a continuar com a guerra comercial até as últimas consequências. O governo chinês já disse que, se as novas tarifas forem efetivadas, medidas retaliatórias serão tomadas;
. - Frente a isso, não esperamos por confirmações de compras de soja norte-americana por parte da China nas próximas semanas. Rumores recentes indicaram que a China poderia ter comprado grandes volumes de soja dos EUA em junho e julho, mas não houve nenhuma confirmação;
. - A falta de demanda chinesa pela soja norte-americana deve continuar pressionando Chicago, mesmo com as perdas esperadas para a safra dos EUA;
. - Além disso, as previsões apontam para uma melhora no panorama climático sobre o cinturão produtor norte-americano nos próximos 14 dias, o que poderá trazer uma recuperação nas condições das lavouras de alguns estados.