A soja deve enfrentar uma semana dividida entre o clima dos EUA e as tensões com a China. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Luiz Fernando Roque, o mercado segue cético em relação à assinatura de um acordo entre os dois países.
Na questão das lavouras, com apenas 54% delas em boas ou excelentes condições, o início do desenvolvimento é preocupante. Confira as dicas do analista:
- As atenções do mercado permanecem divididas entre novidades relacionadas à guerra comercial e o panorama climático sobre o cinturão produtor norte-americano;
- O encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping na última semana de junho, durante a reunião do G-20, não trouxe grandes avanços nas negociações entre EUA e China, mas selou a retomada das conversas entre os países. Uma nova rodada de reuniões presenciais aparentemente foi marcada para a segunda semana de julho, essa sim podendo trazer novidades;
- Apesar disso, o mercado permanece cético com relação à assinatura de um acordo no curto-prazo. O pessimismo aumentou nesta sexta-feira, dia 5, após o Ministro do Comércio da China, Gao Feng, declarar que um acordo só será assinado se houver a remoção de todas as tarifas norte-americanas em vigor. Tal declaração entra em conflito com a declaração de Donald Trump após o G-20, que disse que as tarifas impostas pelos EUA continuarão em vigor. Diante disso, Chicago voltou a sentir a pressão negativa da guerra comercial, após algumas semanas de acomodação. A próxima reunião pode trazer novidades, mas não enxergamos um acordo sendo assinado no curto-prazo;
- Após a finalização do plantio nos EUA e a estimativa de uma redução de 12% na área norte-americana de soja, o mercado volta suas atenções para o desenvolvimento das lavouras da nova safra. Com apenas 54% das lavouras em boas ou excelentes condições, o início do desenvolvimento é preocupante. Apesar disso, os últimos mapas indicam um clima mais favorável nos próximos 14 dias no cinturão produtor, o que pode trazer uma recuperação para as lavouras. Tal fato retira parte do fôlego de Chicago. O mercado climático entra em seu auge, e a volatilidade deve continuar.