O principal fator para o mercado em Chicago continua sendo a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Paralelamente, os players digerem as últimas notícias sobre a peste suína africana na China, além de analisar o panorama climático para o plantio da nova safra dos EUA e a demanda chinesa por soja em grão.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na próxima semana. As dicas são do
analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Roque.
- Com uma semana sem novidades sobre a guerra comercial, o mercado permanece pressionado pela demora na assinatura do acordo comercial entre EUA e China. A próxima rodada de negociações entre representantes do alto escalão de ambos os governos está marcada para acontecer entre os dias 29 de abril e 3 de maio.
O mercado espera por notícias positivas para voltar a ganhar algum fôlego de curto-prazo, mesmo que limitado. A grande expectativa é que o encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping seja confirmada para o final do mês de maio ou início do mês de junho, já com a possibilidade da assinatura do acordo final. Sem novidades importantes, o mercado deve continuar pressionado; - As notícias envolvendo a epidemia da peste suína africana no rebanho chinês trazem grandes preocupações para o mercado. A morte e o sacrifício de suínos crescem dia após dia na China, e a demanda por soja em grão do maior importador do mundo deve ser menor nesta temporada devido a esse fator. Essa questão assusta os players em Chicago, e traz pressão negativa neste primeiro momento. Apesar disso, o mercado pode perder um pouco do ímpeto baixista frente à ideia de que a China importará mais carne suína nesta temporada, incentivando o esmagamento de soja para uma maior produção de suínos nos EUA e no Brasil. Tal fato pode compensar esta pressão negativa em um segundo momento;
- O panorama climático sobre o Meio-Oeste norte-americano completa o quadro de fatores que chamam a atenção do mercado. As previsões continuam apontando para a manutenção de um clima úmido sobre o cinturão produtor nas próximas duas semanas, o que pode continuar atrapalhando a semeadura do milho, abrindo espaço para uma maior área a ser destinada à soja. Estamos entrando no mercado climático da nova safra dos EUA, e esperamos grande volatilidade a partir de junho.