Venda de commodities no mercado internacional e quebra de safra nos EUA beneficiam comércio de fertilizantes no Brasil

Consumo no país aumentou 3,5% nos primeiros sete meses do anoO consumo de fertilizantes cresceu no Brasil nos primeiros sete meses de 2012. Foram 14.340 milhões de toneladas vendidas entre janeiro e julho, alta de 3,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Entre as explicações para esse aumento, especialistas apontam a venda de commodities no mercado internacional e também a quebra de safra dos Estados Unidos.

No ranking brasileiro, Mato Grosso está em primeiro lugar em consumo, seguido de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. No Estado gaúcho o aumento foi de quase 5% quando comparado a 2011.

— Um dos motivos que tem mais impulsionado o consumo é a venda de commodities no mercado internacional, onde os preços estão muito mais compatíveis com a realidade do que no passado — afirma o presidente do Sindicato da Indústria de Adubos do Rio Grande do Sul, Torvaldo Marzolla Filho.

A seca registrada no Sul do país prejudicou as vendas nos cinco primeiros meses do ano, mas a expertise do produtor garantiu a recuperação das vendas.

— Como o agricultor gaúcho é muito técnico, o que ele aproveitou? A época de seca para corrigir a acidez, o alumínio que tem no solo, jogando calcário para neutralizar acidez do solo e agora, com o início das chuvas, ele está voltando a usar o fertilizante, que é o nutriente da planta — explica Marzolla Filho.

Para as empresas que produzem fertilizantes, o crescimento foi inesperado.

— Realmente nos pegou de surpresa. Foi um número positivo pelo que aconteceu no ano passado, em termos de quebra de safra. A gente não tava esperando que esse volume fosse até maior do que o primeiro semestre do ano passado — comenta o consultor Daniel Claudino.

Como o fertilizante também é usado na produção de combustíveis, como biodiesel e etanol, e também na produção de roupas, a expectativa é que 2012 feche com vendas de aproximadamente 29 milhões de toneladas no país.