As vendas internas de máquinas agrícolas e rodoviárias atingiram 2,5 mil unidades em janeiro, queda de 5,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado e de 25,2% ante dezembro, divulgou nesta quinta-feira, 6, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
De acordo com o vice-presidente entidade, Alfredo Miguel, o principal motivo para o mal desempenho foi a pouca oferta de crédito barato. “Durante muitos momentos não houve recurso para o Pronaf [Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar]. Faltou recursos para o Moderfrota [Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras], não foi suficiente para todo o ano”, diz.
A produção de máquinas agrícolas e rodoviárias chegou a 2,5 mil unidades em janeiro, recuo de 15,6% em comparação com igual mês do ano passado, porém alta de 7,2% em relação a dezembro.
O total de máquinas agrícolas exportadas em janeiro somou 546 unidades, contração de 26,2% em relação a igual mês do ano passado. Em comparação com dezembro, houve queda de 42,6%.
Apesar desta queda no começo do ano, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, acredita em um crescimento ao final de 2020 de 2,9% na venda das máquinas no comparativo com 2018. No ano passado, foram vendidas 43.700 máquinas agrícolas e rodoviárias, e a expectativa para este ano são de que o setor venda pelo menos 45 mil máquinas, revertendo o cenário de queda do ano anterior, que foi de 8,4% em relação ao ano de 2018.
Crédito
Segundo o governo, dos R$ 225 bilhões disponibilizados no Plano Safra, menos da metade foi utilizado em custeio e investimento. Esta semana, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio, afirmou afirma que não vê necessidade em injetar mais recursos no Moderfrota, na safra 2019/2020. “Dentre todas as linhas de investimento, é a única que ainda tem um montante considerável. Não tenho certeza se dá até o fim, mas é suficiente para andar muito nesta safra”, diz.
Para o consultor Ademiro Vian, as linhas de crédito disponíveis ainda têm juros altos frente à taxa Selic, que caiu para 4,25%, a menor da história. Além disso, muitos produtores já renovaram o maquinário nos últimos três anos.