Vendas de árvores de Natal naturais devem crescer em 2011, aponta especialista

Alto custo de produção e baixa procura dos últimos anos levam produtores a desistir da culturaAs vendas de tuias, em queda nos últimos anos, devem voltar a crescer em 2011. A previsão é de economistas da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo  (Ceagesp), o maior entreposto da América Latina. Também conhecidas como pinheiros de Natal, as árvores têm alto custo de cultura e vêm perdendo espaço para as artificiais, importadas da China, desde 2008. Segundo dados da Ceagesp, há três anos, foram comercializadas cerca de 184 mil unidades. Em 2010, esse número caiu para 155 mil.

? A previsão é de estabilidade. O setor tem os clientes cativos, aqueles que optam por produtos naturais, pela árvore natural ? afirma.

A queda nas vendas de pinheiros registrada no Ceagesp desde 2008 chega a 15%. Isso faz com que produtores comecem a deixar o ramo. Eles alegam que a variedade requer muitos cuidados, o que acaba elevando os custos.

Depois de 25 anos vendendo tuias, o produtor Luiz Henrique Bueno se despede da cultura. Este será um dos últimos anos que ele comercializará a árvore. Ele conta que chegou a ter cem mil árvores nos 10 hectares de sua propriedade. Atualmente, conta com cinco mil. Bueno aponta que vale mais a pena cultivar o buxinho, que tem o mesmo custo, mas é vendido o ano todo e a um preço mais alto.

? Nós já estamos trocando. Já faz 10 anos que estamos fazendo isso. Acho que no ano que vem já consiguiremos acabar com as árvores de Natal e ficar somente com o outro tipo de planta. Um pinheiro para chegar a de cerca de 1,60 metro precisa durar em média seis a sete anos. É preciso cuidar, podar direto. Se encostar um no outro, queimam. Há muitos riscos de estragar, então tem que ficar muito em cima. Aí o custo aumenta muito e a mão de obra fica cara ? relata.

O também produtor Masami Tashiro também reduz os investimentos. Segundo ele, o que o impede de deixar totalmente o mercado são alguns clientes fiéis que voltam todos os anos.

? Não posso esquecer dos fregueses, que são pessoas todos amigos. Afinal, são 30 anos de trabalho. Então, não posso deixar acabar ? diz.