O engenheiro Carlos Valério, por exemplo, compra carnes somente em lojas especializadas. Como tem o costume de cozinhar em casa, atribui parte do saber dos seus pratos à qualidade do produto.
? Para mim, o preço vem em segundo lugar. Primeiro, a gente compara carnes de qualidade e aí opto pela mais barata. Corro atrás da qualidade ? afirma.
Graças a um público que não muda hábitos de consumo em razão do peso extra no bolso, o segmento de carnes especiais vai na contramão do varejo popular, que registra queda nas vendas por causa do aumento nos preços. As chamadas boutiques de carne mantém ritmo de expansão.
A boutique da nutricionista Rose Borella, por exemplo, existe há cinco anos e de lá para cá mantém um crescimento anual de mais de 10% nas vendas. Cortes diferenciados de boi e carnes exóticas fazem sucesso.
O quilo da picanha bovina sai por R$ 52, a coxa de avestruz, R$ 40 e o carrê de cordeiro é vendido a R$ 60 o quilo. Para a nutricionista, o preço é resultado de uma série de cuidados que passam pela nobreza dos animais, cortes especiais, alimentação e até a qualidade da embalagem.
? Com relação à genética, hoje no cruzamento industrial, em que se junta raças ? por exemplo o nelore, que tem gordura de cobertura, com gado europeu, que tem gordura intersticial entre o tecido temos um resultado muito bom, que é o equilíbrio. Esse é um exemplo de qualidade e isso custa caro.