O resultado final foi prejudicado pela valorização do real frente ao dólar. O setor de defensivos agrícolas movimentou no Brasil, em 2010, 12, 436 bilhões. Valor 3% menor que o registrado em 2009, quando foram negociados 12, 878 bilhões. Se considerarmos o desempenho do setor na moeda norte-americana, a alta foi de 9%.
Mesmo assim, a redução não é encarada de forma negativa. Segundo a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), o ano foi de recuperação.
No setor sucroalcooleiro, o bom momento dos preços do açúcar, e a necessidade de renovação de muitos canaviais deve demandar uma grande quantidade de defensivos. Em 2010, 11% dos produtos foram destinados para a cana. O valor com as vendas chega a 1, 360 bilhão, volume significativo que abre no mercado um leque de opções de investimentos.
Algumas empresas já estão apostando no setor. Em Ribeirão Preto, nesta semana, uma companhia americana lançou no mercado um herbicida específico para a época da seca da cana-de-açúcar. O produto promete em uma só aplicação acabar com as principais ervas daninhas que atingem o canavial.
? O produto controla capim colonião, corda de viola, as braqueárias, o complexo de digitárias e este é o grande diferencial, um produto que, com uma só aplicação, controla as principais plantas daninhas em cana ? afirmou Manoel Pedrosa, gerente de marketing de cana-de-açúcar da Dupont.
Em um ano, a empresa espera aumentar o faturamento em até 15%. Em 5 anos, a meta é crescer 60%. O produto já está sendo comercializado.
? Por ser uma mistura tripla de princípios ativos com modos de ações diferentes, ele pega diferentes tipos de ervas daninhas em diferentes camadas do solo, o que faz com que o controle seja mais efetivo com um período maior ? disse Marcelo Okamura, diretor de marketing da Dupont.
Para Elizabeth Chagas, consultora de mercado, a demanda por defensivos para a cana-de-açúcar deve acompanhar o crescimento do setor nos próximos anos.
? Eu acho que a cana vai demandar muito mais defensivos este ano porque é um mercado que hoje perde, por números da Embrapa, 20% da produção, um número expressivo. O produto ainda tem um caminho para percorrer. Para algumas pragas que não estão controladas, moléculas novas devem surgir nos próximos anos ? observou Elizabeth Chagas.