Segundo levantamento do Cepea, sojicultor está otimista com pagamento de prêmios nos próximos meses
A expectativa de que o dólar aumente a rentabilidade da soja e a boa liquidez verificada nas primeiras semanas de julho têm levado produtores a se retraírem. No balanço feito pela equipe do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as vendas da safra 2015/2016 estão bem mais adiantadas que o normal.
Essa movimentação explica a lentidão dos negócios tanto no mercado spot quanto para entrega futura que tem sido vista há cerca de duas semanas, desde que o dólar passou a ter fortes altas.
• Câmbio puxa vendas da soja safra 2015/2016
Os pesquisadores do Cepea relatam que a retração dos vendedores ocorre também porque neste momento não há parcelas de custeio da safra a serem pagas – exceto em casos de atraso e/ou renegociação – e muitos têm a expectativa de que os estoques dos compradores, ora abastecidos, baixem nas próximas semanas/meses.
Os produtores estão mais otimistas do que pessimistas com a pressão da safra norte-americana. O motivo é que a expectativa é de que a redução dos preços em Chicago decorrente da colheita naquele país motive aumento dos prêmios nos portos brasileiros – no balanço, o preço em reais vai depender da taxa de câmbio.
A retração dos sojicultores tem prejudicado algumas indústrias que não fizeram estoques e, agora, têm maior dificuldade em adquirir o grão. A grande massa dos compradores, no entanto, indica estar abastecida. As exportações brasileiras seguem a todo vapor. Os embarques de julho chegaram a 8,4 milhões de toneladas, contra 6 milhões em julho de 2014 – dados da Secex.
No mercado físico, ao longo de julho, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, registrou aumento de 6,3% nos preços do mercado de balcão (pago ao produtor) e de 6,9% no de lotes (negociações entre empresas).
Com informações do Cepea.