Entre 2002 e 2012, o consumo do produto nos EUA tombou 29%, caindo de 1 milhão de toneladas de suco concentrado equivalente para 708 mil toneladas, segundo dados da Tetra Pak Compass, compilados pela consultoria Makestrat. A diferença significa um total de 73 milhões de caixas de laranja que deixaram de ser consumidas na forma de suco, só em 2012.
Impactos
Segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), os Estados Unidos podem ser entendidos como “um grande player”, que absorve aproximadamente 15% dos embarques brasileiros. De acordo com a CitrusBR, a participação do suco brasileiro no consumo americano também vem caindo.
Em 2003, do total de suco de laranja importado pelos EUA, 88% vinham dos pomares do cinturão citrícola de São Paulo e Sul de Minas, que contemplam um total de 300 municípios. Se somado o suco brasileiro ao produzido localmente na Flórida, o produto correspondia a 26% do consumo americano. Em 2012, no entanto, conforme dados da Tetra Pak Compass, esse percentual caiu para 46% das importações e 10% do consumo. Um dos motivos está no aumento das vendas de países como México, Costa Rica e República Dominicana, que possuem acordos bilaterais com os americanos, livre de taxas. Hoje, o Brasil paga uma tarifa de US$ 415 a tonelada, o que corresponde a aproximadamente 25% ad valorem do produto.
Vendas
Outra notícia que impacta a citricultura brasileira esta semana é a conclusão da fusão das empresas holandesa Refresco com a britânica Gerber Emig. A nova gigante, que começou a operar de forma unificada nessa quarta, dia 13, será responsável pela compra de, aproximadamente, 15% de todo o suco produzido no Brasil. O volume, 150 mil toneladas de suco concentrado, é proporcional a tudo o que os EUA compram anualmente do Brasil.
A CitrusBR está trabalhando em um projeto de comunicação global que visa retomar o consumo de suco de laranja no mundo, principalmente nas ocasiões onde há maior identificação com o produto no hemisfério norte: café da manhã e lanche da tarde.