Iniciativa semelhante já havia sido adotada na mesma região para a IG de uvas e mangas de mesa. No caso das videiras viníferas, em condições irrigadas, as safras podem ser programadas para diferentes épocas do ano, e que as vinícolas e os enólogos processam em vinhos espumantes, brancos e tintos, originais e de excelente qualidade.
De acordo com a Embrapa, o certificado funciona para diferenciar a qualidade de um produto segundo as características do local. A experiência de outras regiões revela que o produto fica mais valorizado quando associado ao nome da região de procedência (IG). O pedido de Indicação Geográfica envolve a sensibilização e organização dos produtores e empresas vinculadas ao setor e a coleta e organização de comprovações sobre os produtos da região.
Negócios valorizados
Entre os produtos que já receberam o certificado de Indicação Geográfica, estão o café do Cerrado Mineiro, a carne do Pampa Gaúcho, os doces de Pelotas, a cachaça de Parati e o vinho do Vale dos Vinhedos.
O negócio também cresce em valorização. O café do Cerrado Mineiro, por exemplo, tem cotação específica nas bolsas de mercadorias e alcança preços internacionais, em geral, 30% maiores que o café não certificado da mesma região. No Vale dos Vinhedos, as propriedades registraram uma valorização média superior a 50%, informa a Embrapa.
O mesmo raciocínio vale para o Submédio São Francisco. Nesta área do semi-árido nordestino está implantado o maior pólo de fruticultura tropical do Brasil, responsável por mais de 97% da uva e 93% da manga exportadas pelo país.
A vitivinicultura é outro setor importante da economia regional. As sete vinícolas instaladas em Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista, em Pernambuco, e Casa Nova, na Bahia, processam cerca de 8 milhões de litros que já correspondem a 15% da produção nacional de vinhos finos.
A obtenção da Indicação Geográfica para esses produtos fará crescer o prestígio comercial que já desfrutam. O certificado assegura, em bases legais, o direito de uso desta “grife” nos produtos.