Conforme a coordenadora técnica da Fundação, Andressa Brandalise, o projeto foi criado a partir de uma necessidade dos vitivinicultores em dar uma destinação correta aos resíduos da uva. Estes resíduos são transformados em energia por meio de pellets, que ela explica o que é.
– São pequenos cilindros com cinco centímetros de comprimento e dois centímetros de diâmetro, formados de engaço e bagaço e algum outro componente que pode vir a agregar o pellet para aumentar o poder calórico da matéria. Com isso, ele fica ideal para a alimentação de caldeiras e de lareiras residenciais – afirma.
Na última safra, a Vinícola Aurora destinou 60 milhões de quilos de uva para a fabricação de vinhos e derivados. O diretor geral da empresa afirma que esta é uma preocupação antiga, pois são cerca de 10 mil toneladas geradas. Além disso, Guerra informa que a ideia é utilizar a energia na própria empresa.
– A gente já tem esta preocupação há bastante tempo, onde utilizamos o trabalho de empresas de compostagem de terra orgânica. Nós vemos, agora, uma possibilidade maior de utilizar esse tipo de resíduo para que a gente gere energia. Teremos uma função mais nobre e um resultado mais eficiente para a empresa – comenta.
A tecnologia tem ganhos ambientais para quem a utiliza. Mas a diretora técnica da Fundação Proamb também lembra os ganhos econômicos com o processo.
– Você fecha um ciclo de produção vinícola. Você estará utilizando o resíduo para a geração de energia que volta para o próprio processo, fechando o ciclo e assim tendo tanto os ganhos ambientais quanto econômicos. O pellet gerado do bagaço da uva é cinco vezes mais energético do que a própria madeira – explica.
Os pellets são cilindros usados como combustível na alimentação de caldeiras. Geralmente são feitos a partir da madeira prensada ou bagaço da cana-de-açúcar. A Aurora vai iniciar o processo a partir dos resíduos da próxima safra, que inicia em janeiro.