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Vinícola uruguaia investe em produção de vinho tinto no Rio Grande do Sul

Carrau irá implantar sistema de produção a gravidade em Santana do Livramento (RS) inspirado na tecnologia usada na Roma antigaUm sistema pioneiro para produção a gravidade marcará a expansão da vinícola uruguaia Carrau no Rio Grande do Sul. Inspirado na tecnologia usada na Roma antiga, o empreendimento almeja produzir o melhor vinho tinto do Brasil. As obras serão concluídas em 2012 em Santana do Livramento, na Fronteira Oeste do Estado. O valor do investimento não foi revelado.

Por enquanto, só há vinhedos em 10% dos 60 hectares. A meta é trabalhar com varietais italiano e português em vinhos de corte e mesclar alta qualidade e quase 260 anos de tradição familiar para incrementar os negócios internacionais.

? O Hemisfério Norte é nosso rumo e o vinho dessa região representará bem o Brasil no mundo ? revela o diretor Javier Carrau.

A vinícola gaúcha será inspirada no projeto de Rivera, onde a família produz desde 1976. A construção da primeira vinícola subterrânea por gravidade da América do Sul se iniciou em maio de 1997 e foi concluída nove meses depois. Um morro foi escavado para conceber a obra, cujo custo é mantido em segredo.

A construção de 3 mil metros quadrados tem 24 metros de desnível. Elaborado pela própria família, o projeto implantado a 300 metros acima do nível do mar armazena uvas em 22 tanques de aço inox. Após fermentar a 28ºC debaixo do solo, o líquido desce até as barricas, onde a temperatura cai pela metade. Esse é o sistema de produção a gravidade.

No centro da vinícola, um laboratório é usado para experimentações até o ponto ideal. O engarrafamento das 400 toneladas anuais produzidas ocorre em Montevidéu, onde há melhor logística para transporte. A exportação alcança 25 países e corresponde a 45% da produção. O Brasil é o maior importador.

Além de economizar energia, a vinícola dispõe de uvas de variedades livres de pragas que se adaptam aos solos vermelhos arenosos e profundos, com pouca fertilidade e boa drenagem para evitar acúmulo de água. Elas são manipuladas com mínima intervenção e máxima tecnologia.

Só há parreirais em 50 dos 342 hectares em Cerro Chapeu. O vinhedo é considerado o mais alto do Uruguai.

? A geografia favorece o sistema, mas a qualidade do solo e dos vinhedos é decisiva ? destaca Carrau.

Conforme o presidente da Associação Brasileira de Enologia (ABE), Christian Bernardi, o uso de sistemas por gravidade costuma ser implementado para produção de vinhos brancos mais sensíveis ou tintos para guarda. Segundo ele, a adesão ao modelo é pequena no Estado e no Brasil, variando conforme o estilo de vinho pretendido.

? Não há um sistema melhor do que outro. Tudo depende do tipo de vinho e da qualidade da uva.

Tradição familiar

A tradição da família Carrau na produção de vinhos iniciou na região da Cataluña, na Espanha, em 1752. Desde lá, são 10 gerações consecutivas de trabalho, pesquisa e inovação na área. O primeiro vinhedo da família no Uruguai foi comprado em 1930 na região de Las Violetas, a 39 quilômetros de Montevidéu.

Em 1976, descendentes chegaram a Cerro Chapéu, em Rivera, após um projeto de cooperação e pesquisa com a Universidade da Califórnia. Nas duas vinícolas uruguaias são produzidas 750 mil garrafas por ano. A tradição e a qualidade levaram o vinho Amat, da safra 2002, a figurar no livro 1001 vinhos para beber antes de morrer.

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