O etanol está no centro das atenções. A visita do presidente norte-americano, Barack Obama, gera expectativa na União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). Para o presidente da entidade, Marcos Jank, a hora é de pressionar o governo americano a derrubar a tarifa de importação que é de US$ 0,16 por litro.
Há pelo menos quatro anos o Brasil tenta derrubar as barreiras americanas no mercado do etanol. Quando o então presidente dos Estados Unidos George W Bush esteve no Brasil, o presidente Lula pediu a retirada da tarifa, mas não teve sucesso, e as discussões ficaram restritas à área técnica.
Em 2007, Brasil e EUA assinaram um memorando de entendimento em biocombustíveis. O acordo previa a cooperação de pesquisas, a padronização do produto e o desenvolvimento da produção em outros mercados. Quatro anos depois, muito pouco se avançou.
Em 2009, o produto brasileiro foi considerado pela Agência de Proteção do Meio Ambiente dos Estados Unidos como um biocombustível avançado, produzido a partir da cana-de-açúcar, e que reduz entre 61 e 91% a emissão de gases do efeito estufa. Este reconhecimento e também o esforço mundial em defesa da segurança energética reforçam a esperança do setor.
Outro assunto que deve ser tratado entre a presidente Dilma Roussef e Barack Obama, é a exportação da carne bovina in natura do Brasil para os Estados Unidos. Para que isto aconteça, é necessário que seja realizada uma consulta pública sobre a abertura do mercado americano para importação da carne brasileira, o que deveria ter ocorrido no último dia 31 de janeiro. O governo americano estaria adiando a consulta, descumprindo um acordo feito no ano passado.
Para o diretor geral do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais, André Nassar, o momento é de pressionar o presidente norte-americano. Qualquer resultado positivo, ou do etanol ou da carne bovina, pode significar um salto na economia brasileira.