O volume exportado de suco de laranja aos Estados Unidos cresceu 69% nos dez primeiros meses da safra 2017/2018, entre julho do ano passado e abril deste ano, em comparação com igual período de 2016/2017, de 151,76 mil para 256,22 mil toneladas.
A dois meses do fim da safra, a indústria brasileira se aproxima do recorde histórico de exportações da bebida ao mercado norte-americano, em 2006/07, de 259,4 mil toneladas, volume que será superado já neste mês de maio.
Já a receita com as exportações de suco para os Estados Unidos atingiu US$ 453,6 milhões em dez meses da safra 2017/2018. O valor já supera o recorde de US$ 419,13 milhões, obtido na safra 2014/15, e representa alta de 62% ante os US$ 279,4 milhões dos dez primeiros meses da safra 2016/17.
O levantamento, divulgado nesta segunda-feira, dia 14, pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) a partir dos dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), considera a soma dos volumes de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) e do o suco fresco, ou não concentrado e congelado (NFC). O volume de NFC, seis vezes maior, é transformado no equivalente em FCOJ e somado ao do concentrado no total divulgado.
O suco de laranja enviado aos Estados Unidos é basicamente o FCOJ utilizado para ser reconstituído e comercializado no mercado local, ou reexportado. A produção norte-americana, em queda por causa da ação do greening na Flórida – principal praga dos pomares -, obrigou o fechamento de fábricas naquele Estado. Como consequência, a demanda pela bebida brasileira tem aumentado.
Para completar, a oferta local foi atingida também pela ação do furacão Irma, que afetou a produção de pomares daquele Estado norte-americano no fim do ano passado.
Com o desempenho das exportações ao mercado norte-americano, o volume total embarcado da bebida entre julho e abril deste ano sobre o mesmo período da safra anterior cresceu 30%, de 723,15 mil para 941,41 mil toneladas. A receita com as exportações totais de suco saltou 31% entre os mesmos períodos, de US$ 1,31 bilhão para US$ 1,72 bilhão.
O volume vendido nos dez primeiros meses da safra 2017/2018 para a União Europeia, destino de 60% do suco de laranja brasileiro no período, atingiu 558,7 mil toneladas ante 459 mil toneladas de FCOJ equivalente no período anterior, alta de 22%. É o mesmo percentual de variação na receita do suco exportado entre os períodos para a o bloco econômico, de US$ 831,2 milhões para US$ 1,016 bilhão.
Entre os mercados restantes, destaque é o Japão, com o crescimento de 41% nos embarques em dez meses de safra, para 40,7 mil toneladas e de 64% na receita, com US$ 78,5 milhões. A China aumentou em 19% o volume de suco importado do Brasil, com 30,14 mil toneladas e em 31% a receita, a US$ 60,6 milhões, entre os períodos.
Em comunicado, o diretor executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, avaliou que “o ritmo nas exportações brasileiras ainda é guiado pelo cenário de restrição de oferta observado durante o ano passado. A baixa na produção durante a safra 2016/2017, uma das menores da história continua, sem dúvida, influenciando no ritmo de alta da safra corrente”.
A CitrusBR voltou a comparar o atual período com os dez meses da safra retrasada, a 2015/2016, antes dos problemas derivados da pouca oferta de laranja, e mostrou que há um aumento de 3% no volume total de FCOJ equivalente exportado pelo Brasil. Naquela safra, o volume exportado entre julho de 2015 e março de 2016 estava em 913,8 mil toneladas.
Na comparação entre esses dois períodos e desconsiderado a safra passada, a CitrusBR aponta que Estados Unidos, com alta de 55% no volume exportado, e União Europeia, com recuo de 11% mostram direções opostas no comércio da bebida.