A democracia não tem endereço e nem adianta procurar. No lugar mais distante, no rincão mais perdido do país, há sempre um sinal de eleição por perto. Uma dupla que vem, um grupo que vai… uma escolinha que recebe eleitores.
José de Mello foi a cavalo cumprir o dever do voto. O compromisso é com ele mesmo.
? Se o cara acerta com o candidato, melhora. Agora, se o cara não acerta, aí fica pior, né? ? afirma.
É a esperança de acertar que faz a agricultora Leda Rocha percorrer mais de cinco quilômetros até o local de votação. Ela quer iluminação pública, mas, entra prefeito, sai prefeito e nada muda.
? Para mim, lá faz falta porque é escura a rua por onde eu entro para o sítio onde eu moro. E eu pedi uma lâmpada para botar na rua. Porque já tem a rede e eu queria botar uma luminária. Até agora, nada. Foi pedido, eu mandei até o lugar onde era.
Desejos pessoais e coletivos movem toda essa gente e, não importa o que façam, quanto ganham ou de onde vem. O voto de todos tem a mesma importância.
? A gente espera que esse em quem a gente depositou a confiança se for eleito, que faça um bom trabalho ? afirma o produtor rural Paulo Pefatti.
Tudo ainda é muito novo para a dona-de-casa Thereza da Silva, que só fez o título de eleitor depois dos 50 anos.
? A gente trabalhava, tinha os filhos pequenos e aí não podia tirar. Aí meu marido tirou, meus filhos tiraram, né, e eu comecei a tirar, meu título e minha identidade.
E virou uma cidadã completa. Como milhões e milhões, com o mesmo poder, em todo o país.
? Se a gente não tiver confiança no voto, a gente não está tendo confiança na gente própria, né? porque é dentro da confiança que a gente consegue buscar alguma coisa pro local ? afirma a agricultora Nair Silva.
